A União Internacional das Telecomunicações (ITU) apresentou esta semana a sua proposta final de carregador universal, compatível com telemóveis e dispositivos como leitores de MP3 e MP4, tablets, câmaras ou equipamentos de GPS.

Um porta-voz da organização explicou ao TeK que a iniciativa não se confunde com a lançada pela Comissão Europeia - que assinou um acordo com 14 fabricantes para harmonização dos carregadores dos telemóveis vendidos no espaço comunitário - e criticou a "duplicação desnecessária" que constitui a iniciativa comunitária.

Para além do projecto da ITU ser à escala mundial e não europeia, o standard proposto é compatível com todo o tipo de telemóveis, ao contrário da solução adoptada na UE, que apenas serve dispositivos que suportem transferência de dados, o que corresponde a apenas cerca de 25 por cento dos telefones no mercado, detalhou.

A solução internacional tem ainda a vantagem de ser mais abrangente por não se dirigir apenas a telemóveis mas também a outros equipamentos, mas tem em comum com a proposta europeia a versatilidade de poder ser usada tanto para carregar as baterias como para transferir dados para os equipamentos.

A proposta da ITU é também mais eficiente do ponto de vista energético, usa materiais amigos do ambiente e irá dispensar as fabricantes de fornecerem um carregador de cada vez que vendem um equipamento, acredita a organização.

"Há outros standards que reclamam o título de universais e eficientes do ponto de vista energético, mas só a solução da ITU é verdadeiramente universal e representa um avanço para fazer face aos problemas ambientais", afirmou o secretário-geral da organização, Hamadoun Touré, num comunicado sobre a iniciativa.

O responsável diz estar confiante de que a solução será bem recebida pelos 192 governos e mais de 700 entidades que representam o sector privado.

Questionado, por email, sobre a articulação da iniciativa da ITU com a levada a cabo pela União Europeia, um porta-voz da organização escreveu que "encoraja todos os intervenientes a apoiarem a norma [proposta pela ITU] e desencoraja quaisquer desenvolvimentos paralelos".

A norma agora apresentada resulta do desenvolvimento de um primeiro standard, acordado em 2009, explica o responsável. "A proposta da EU foi desenvolvida subsequentemente e sem qualquer articulação com a ITU, apesar dos pedidos à Comissão Europeia para que fosse evitada uma duplicação desnecessária", criticou.