A cerca de 24 horas para o início de mais uma edição do NOS Alive, a azáfama do recinto faz-se sentir com os preparativos finais durante a visita do SAPO TEK. São elevadores a pendurar cabos, a finalização da montagem das experiências interativas das ativações dos parceiros e claro, muitos testes de áudio nos palcos do evento.
A infraestrutura de comunicações num festival tem de garantir que as dezenas de milhares de festivaleiros presentes nos três dias do evento nunca fiquem sem acesso online. E mais que um benchmark, um festival acaba por ser um desafio para as redes móveis. Felizmente o 5G veio dar uma ajuda e a NOS está cada vez mais preparada para as exigências do evento.
Reforço da infraestrutura de redes 5G para não deixar ninguém offline
À semelhança dos anos anteriores, toda a infraestrutura é alimentada por mais de 1.200 quilómetros de fibras. A NOS está no recinto do Passeio Marítimo de Algés desde o dia 2 de maio a montar toda a tecnologia. São cerca de dois meses de um trabalho intenso, onde o trabalho realizado num ano é analisado ao detalhe, procurando melhorar-se no seguinte. Durante a visita guiada pela tecnologia do recinto, Jorge Graça, administrador executivo da NOS, que a estrutura móvel que alimenta o festival tem uma capacidade equivalente para alimentar uma cidade de média/grande dimensão como Santarém.
Este ano existem algumas melhorias na infraestrutura, incluindo mais de 20 “small cells” de distribuição de sinal 5G, espalhados estrategicamente por todo o recinto. Houve um reforço de sinal em locais de grande aglomeração de pessoas, como por exemplo na restauração. Mas mesmo nos acessos ao espaço, para garantir que não falte o sinal nos picos no final do dia, quando as pessoas estão a chamar um Uber ou a ligar a um familiar para os ir buscar. A estrutura tem de estar preparada para os picos quando todas as pessoas estão a fazer alguma coisa no smartphone, sendo que 20 mil utilizadores correspondem a cerca de 40% do uso do sinal.
Veja na galeria imagens da tecnologia de comunicações que alimenta o NOS ALIVE 2023:
Este ano há também uma segunda sala técnica. Para se ter uma ideia, a RTP faz as transmissões diretas do seu estúdio montado no recinto, utilizando para si 16 uplinks de sinal. A NOS refere que não houve uma grande diferença de custos face ao ano anterior, mas regista-se um crescimento proporcional de utilização de equipamentos. Há certamente mais smartphones 5G nas mãos dos festivaleiros e isso levou a um reforço na rede do evento. Com base nos dados do ano passado, sabe-se quantas pessoas vão estar presentes, assim como os locais com maior aglomeração. E compara em contraste com as Jornadas Mundiais da Juventude, que vai ser um “mundo novo” para a operadora de telecomunicações.
Impressionante as medidas de redundância preparadas para o festival, montadas em quatro camadas. Cada centro e antena tem um gerador de emergência que é ativado caso falte a energia. Algo que aconteceu durante o ano passado num dos dias, prontamente solucionado, sem que o público tivesse dado conta. A NOS conta com uma base móvel, um camião com uma grande antena 5G equivalente a seis antenas, direcionando a seis faixas diferentes. Outra antena gigante promete um sinal mais limpo, um colosso de 300 quilos que requer uma infraestrutura para o suportar.
Um detalhe referido é que as antenas são mistas, com sinal 5G e de rádio, permitindo manter o sinal, além de maior facilidade em redirecioná-lo. Curiosamente, a propósito do desligamento do 3G, o evento também via manter esta tecnologia de rede. Obviamente que para gerir todas as antenas, a NOS tem a central de servidores em contentores, tudo monitorizando, garantindo que sempre que um sinal se perde seja prontamente detetado, ativando-se os meios para o corrigir.
Junto ao relvado artificial do palco principal, um carrinho de golfe circulava, com uma mochila com smartphones e GPS, a ajustar o mapeamento final, com o objetivo de fazer pequenas alterações na colocação das antenas, por exemplo. Foi explicado que como as bandas podem utilizar aparelhos com frequências diferentes, as antenas são colocadas em locais estratégicos para não interferir. Foram ainda reforçados com antenas locais como os camarins, o backstage e zona das reportagens. Mesmo junto ao palco, onde há mais tendência para a partilha das selfies dos fãs junto aos seus ídolos, houve um maior reforço de antenas face ao ano anterior. E este ano espera-se cerca de mais 60% de tráfego quando comparado com a edição de 2022.
A inteligência artificial para compreender as tendências
Uma das novidades para este ano é a introdução de uma solução de inteligência artificial criada para NOS Inovação. Através de dois microfones colocados no palco principal e outros dois no palco secundário, a NOS consegue recolher dados de som que são analisados por algoritmos de inteligência artificial.
Basicamente o Audio Mood Detection, como foi apelidado, consegue distinguir a música, os artistas, as palmas, os gritos, as pessoas a contar ou mesmo o silêncio, ou seja, todo o som gerado durante o espetáculo. O objetivo é analisar o comportamento do público com métricas geradas em tempo real. A NOS saliente que se trata apenas da recolha de som, sem quaisquer infrações de privacidade.
A solução é referida como inovadora, criada em dois meses com o NOS Alive em mente, ainda não foi visto lá fora. Na prática, é possível saber quais os momentos do concerto tiveram maior ovação do público, as músicas que mais cativaram os festivaleiros. Na prática, estes dados podem ser utilizados pelas bandas para organizar o alinhamento das músicas. “Até aqui as bandas construíam o seu set baseado no instinto, daquilo que achavam que o público ia gostar. Com esta tecnologia não há que enganar com as métricas. Esta ou aquela música é o que mais faz o público vibrar”, salienta Jorge Graça.
O sistema vai ainda permitir no final do festival criar algumas estatísticas sobre o comportamento e reação das pessoas, qual a música mais aplaudida ou analisar determinados momentos dos concertos.
Uma outra novidade do festival é aquilo que a NOS chama de “dia do festivaleiro” e é uma ação social, em parceria com a Associação APELA para levar o espetáculo a casa de quem não pode. Foi convidada uma pessoa que sofre de esclerose lateral amiotrófica para assistir ao concerto através de um headset de realidade virtual. No recinto, uma outra pessoa com uma mochila às costas e uma câmara de 360º vai captar tudo, transmitindo as imagens para o headset do utilizador em casa.
O objetivo é que pessoas com limitações físicas, que não possam estar presentes no festival que assistam ao espetáculo através do headset. E a comunicação é feita em duas direções, o utilizador pode dar instruções diretamente para a pessoa no recinto, para virar-se para um lado ou ir para um local específico. O SAPO TEK teve oportunidade em colocar essa mochila às costas e experimentar o headset e é de louvar a qualidade com que é possível experienciar o ambiente do recinto de espetáculos.
E há mesmo uma surpresa, durante o concerto dos Queens of the Stone Age vai haver uma interação especial da banda com o utilizador, numa experiência que se espera realmente especial. A NOS diz que esta experiência poderia funcionar na transmissão do sinal para diferentes headsets, pelo que a experiência pode ser expandida a mais utilizadores que não possam estar no festival.
Por fim, o SAPO TEK visitou o centro de operações da equipa técnica da NOS, onde é feita a monitorização dos dados em tempo real. A título de exemplo, nestas últimas 24 horas tinham sido consumidos 40 TB de dados e ainda nem o festival tinha arrancado, referiu a operadora. A NOS diz que sempre que um cliente está em baixo há de imediato uma notificação. E mesmo os consumos individuais de um cliente são monitorizados para perceber se é preciso reforçar o sinal ou não.
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