O leilão das licenças para operação de redes de 4G no Reino Unido não reuniu o valor previsto pelo Governo, ficando bastante abaixo das expectativas iniciais. O resultado foi comunicado hoje, com cinco empresas a garantirem licenças para fornecerem serviços de quarta geração no país.

Depois de mais de cinquenta rondas, a Everything Everywhere, Hutchison 3G UK, Niche Spectrum Ventures (uma subsidiária do grupo BT), Telefónica UK e a Vodafone conseguiram frequências para 4G e vão começar ainda este ano a implementação da rede que deve cobrir quase integralmente o país até 2017.

No total o leilão conseguiu licitações de 2,34 mil milhões de libras, cerca de 2,67 mil milhões de euros, quando a previsão do executivo britânico tinha apontado para uma receita de 3,5 mil milhões de libras, o que corresponde a 3,9 mil milhões. Se valor é ainda significativamente abaixo do angariado em 2000 com o leilão da terceira geração móvel (3G) que na altura atingiu um recorde de 22 mil milhões de libras e gerou polémica também pela tentativa de recuperação do IVA pago, que se arrastou por vários anos.

O regulador britânico colocou a leilão frequências na banda dos 800 MHz e 2,6 GHz, o que deverá permitir alargar de forma mais rápida a cobertura do território, com menor investimento, refere a Ofcom. A ideia é que o 4G chegue a 98% da população britânica, superando a cobertura atual do 3G.

A Vodafone foi a empresa que licitou mais frequências, conseguindo um pacote de cinco blocos e investindo mais de 790 milhões de libras.

[caption]quadro leilão 4G[/caption]

A Everything Everywhere - uma joint-venture entre a T-Mobile e a Orange - foi a segunda maior licitadora, valendo-se dos créditos de ter sido a primeira empresa a lançar o serviço no país, com uma autorização especial que teve início em setembro do ano passado. A empresa tem enfrentado algumas dificuldades em conseguir angariar clientes e em janeiro teve de baixar os preços do serviço.

O bloco de espectro licitado pela Telefónica UK, na faixa dos 800 MHz, tem associada a obrigação de fazer a cobertura de 98% da população na receção dentro de edifícios e 995 em espaços abertos, até 2017.

Ficaram de fora da atribuição de licenças a MLL Telecom e a HKT (UK).

A Ofcom indica que há ainda uma fase final do leilão que deve ser cumprida com a distribuição da localização das faixas de espectro licitadas, que terá lugar em breve.

Só depois serão emitidas as licenças, mas o objetivo é que os serviços possam ser comercializados ainda durante a primavera e início do verão deste ano.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador