Desde junho, quando foram reveladas as primeiras informações sobre o Prism, o fluxo de dados não tem parado. Desde essa altura já ficámos a saber que o Governo americano - e outros Governos - conseguem espiar informação partilhada através de mensagens de correio eletrónico, chamadas telefónicas, conversas no Skype, fotografias e posts colocados nas redes sociais e aceder a câmaras de vídeo e microfones de portáteis e smartphones.

Sabemos também que esses governos buscam o contributo das gigantes da tecnologia e das comunicações, embora nem sempre com os melhores resultados. O interesse da agência de informação abarca igualmente jogos como o World of Warcraft, títulos na Xbox Live, ou a atividade em mundos virtuais como o Second Life.

Num artigo de "rescaldo" sobre os temas tecnológicos de 2013, votados pelos nossos leitores, a redação do TeK já antecipava que este ano, muito provavelmente, se conheceriam novos contornos deste escândalo. E assim tem sido.

Mesmo no limite do final do ano veio a público que a NSA intercetava computadores que eram comprados online para colocação de software e hardware que garantisse acesso aos dados do PCs. Nos primeiros dias de janeiro o New York Times revelava que também eram instalados transmissores rádio que permitem aceder aos equipamentos, mesmo quando estão desligados da Internet.

Já esta esta semana ficou a saber-se que a agência de segurança norte-americana tinha um outro método em mente para criar a sua estrutura de monitorização global: infetar milhões de computadores com malware em todo o mundo.

A informação é avançada pelo The Intercept, com base na análise de documentos Edward Snowden, e indica que a estratégia foi inicialmente usada para alvos específicos, inacessíveis pelos métodos mais tradicionais da agência. A partir de 2010, porém, o governo americano teria generalizado a sua aplicação.

O sistema, denominado, TURBINE, era operado a partir da sede da NSA, em Maryland, com bases no Reino Unido e no Japão. Além disso, terá contado com o contributo precioso do serviço de inteligência britânico GCHQ, acrescenta o artigo.

Antes mesmo da adopção do TURBINE, a NSA teria chegado a “disfarçar-se” de servidor do Facebook, para infetar computadores e aceder a informação.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico