O Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, realizou uma talk na conferência da APDC, salientando o papel das tecnologias nas famílias, empresas e até digitalização da Administração Pública, como a inteligência artificial, a realidade virtual, o metaverso e o 5G. Na Administração Pública, a velocidade das comunicações significa a prestação de serviços melhores e mais rápidos.
"Para que esta transformação aconteça são necessárias infraestruturas de comunicações eletrónicas, mais propriamente ligações de rede fixa de elevada capacidade e de redes móveis de capacidade 5G". Diz que são infraestruturas essenciais para que a transição digital seja uma realidade. "O sector das comunicações tem sabido responder às necessidades das pessoas e empresas, investindo e dando o seu contributo para essa rápida transição digital", destacando que Portugal é um dos países da União Europeia com a maior taxa de cobertura de redes de capacidade muito elevada. Mas passados 15 anos após o início do investimento diz que Portugal não está totalmente coberto. Afirma que estas redes de grande capacidade disponíveis nas áreas urbanas têm também de chegar aos territórios do interior "por respeito às suas populações e valorização das suas empresas".
Para o Ministro, a importância destas redes justificam que o Governo tenha assumido o compromisso claro de promover o acesso de todos às infraestruturas digitais "para viver e trabalhar". E deixa o recado de que está muito atento a este problema e "ainda na legislatura passada tomou medidas que contribuirão para que os objetivos traçados pela Comissão Europeia sejam cumpridos, no que diz respeito à cobertura total da população com redes Gigabit .
"O sector das comunicações tem sabido responder às necessidades das pessoas e empresas, investindo e dando o seu contributo para essa rápida transição digital".
No entanto, Pedro Nuno Santos afirma que esta posição vai exigir um esforço adicional por parte do Estado "que assumirá o financiamento na implementação das redes de alta capacidade em todos os locais onde os operadores privados não investiram ou não pretendem investir". Acrescenta que o Governo conta com a participação de todos, desde o regulador (Anacom) aos operadores, às autarquias que integram as áreas sem cobertura de alta velocidade, as chamadas "áreas brancas", para lançar o concurso público até ao final deste ano. E quer que Portugal seja um exemplo internacional ao nível das redes de telecomunicações eletrónicas mais avançadas, "mas um país territorialmente coeso e sem clivagens digitais e com oportunidades iguais para todos.
Menciona ainda a importância dos cabos submarinos. Salienta que Portugal é um país periférico no contexto europeu, um problema antigo e "se é possível deslocar fábricas e trabalhadores para locais mais próximos dos mercados centrais, não é possível deslocar um país da periferia para o centro da economia europeia". Apesar de condicionados pela geografia, não somos prisioneiros dela. Afirma que se tem de aproveitar o mar, fazendo uma alusão aos navegadores que durante séculos fizeram de Portugal um país central, que utilizaram a nossa singular posição para trocar especiarias e bens preciosos.
Além de mercadorias, Portugal comercializa dados, além dos navios também usamos cabos submarinos; e para além de centros logísticos são necessários centros de dados. Afirma que a relação do país com os cabos submarinos já tem 150 anos, dos telegráficos aos coaxiais, que ajudam a ligar Portugal e a Europa ao resto do mundo.
Afirma que o país tem acesso privilegiado ao Eixo do Atlântico Norte, África, América do Sul e Oeste e Mediterrâneo. Portugal está assim muito bem posicionado para lançar os cabos submarinos.
Depois de Elalink, outros cabos estão a caminho de Portugal, dando exemplo do Medusa e outros para breve. Vai integrar as ilhas na rota dos dados. O país está a apostar nos centros de dados, tendo sido referido o primeiro edifício do Sines 4.0, num investimento de 3,5 mil milhões de euros até à sua conclusão em 2027. Destaca a importância desta infraestrutura, os cabos e os centros de dados. Torna a nossa economia mais forte.
São quatro os cabos submarinos que passam por Sines: o EllaLink que liga Portugal à Madeira e América do Sul; o Equiano; o 2Africa, que coloca o país como ponto de ligação entre África e a Europa; e o Medusa que liga o Mediterrâneo. Com a capacidade de ligar três continentes, Sines é referida ainda como localizada estrategicamente pela proximidade de Lisboa, assim como aeroporto de Faro.
O SAPO e o SAPO TEK são parceiros de Media da APDC para o 31º Digital Business Congress. Acompanhe aqui todas as novidades e notícias deste evento que marca a agenda dos profissionais do sector.
Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação. Última atualização 17h51.
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