O CEO da ONI, Nuno Saraiva e o CEO e cofundador da Gigas, Diego Cabezudo, apresentaram em Lisboa os planos para a ONI no campo das telecomunicações, prometendo revelar um serviço inédito em Portugal. O plano da Gigas, a empresa detentora da ONI, é reforçar a posição do operador português como um “player” inovador no mercado. "Hoje é um dia histórico para as telecomunicações", salientou Diego Cabezudo, referindo-se ao novo projeto a ser revelado.
A ONI oferece soluções integradas e convergentes de comunicações, cloud e cibersegurança. Nos seus 20 anos, a empresa detém dois centros de dados próprios, em Lisboa e Porto, assim como redes de fibra metropolitanas em Portugal. Além disso, tem uma rede de fibra que liga Madrid a Lisboa e Porto. Detém ainda mais 9 centros de dados na Europa, Estados Unidos e América Latina.
A ONI foi comprada pela multinacional espanhola Gigas em 2020 por 40 milhões de euros, iniciando agora uma nova fase com uma campanha de reposicionamento e uma imagem renovada. A Gigas tem atualmente mais de 300 pessoas altamente qualificadas, das quais 165 em Portugal. Desde 2015 que a Gigas está cotada na Bolsa de Valores de Madrid, com receitas de 52 milhões de receitas no ano passado, prevendo 67 milhões de euros em faturação este ano, num crescimento de 10%.
A “nova” ONI reflete a realidade próxima ao Grupo Gigas, mas também toda a oferta complementar que, entretanto, a operadora de telecomunicações portuguesa está a disponibilizar, nomeadamente serviços de segurança e de cloud.
Os novos serviços que a ONI passa a disponibilizar pretendem proporcionar funcionalidades adicionais e maior flexibilidade e agilidade que os serviços tradicionais de telecomunicações (linhas dedicadas, MPLS, etc.), com um custo inferior, ajudando na transformação digital e na migração das empresas para a cloud. Atualmente o grupo a que pertence a ONI fornece serviços de telecomunicações, cloud e segurança a mais de 10.000 empresas, bem como serviços de retalho de voz e dados para outras operadoras de telecomunicações dos quais cerca de 1.500 se encontram em Portugal.
Veja na galeria os planos da ONI:
A ONI apresentou assim um novo serviço empresarial convergente que inclui comunicações, cloud e cibersegurança, reforçando a sua posição no mercado. As cidades que estão contempladas são Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Lisboa, Porto, Setúbal e Viseu, com a campanha de venda de serviços a começar hoje. A empresa pretende destacar-se de outros operadores que oferecem redes mistas, tanto para clientes residenciais como empresariais, com a solução da ONI a oferecer uma rede de fibra ótica dedicada exclusivamente às empresas e sem qualquer fidelização. As velocidades dos novos serviços 5G chegam aos 10 Gbps.
A Gigas diz que Portugal é um mercado estratégico, sendo mesmo o maior dentro do Grupo, representando mais de metade das suas receitas. Quanto a investimento, pretende certificar o seu datacenter de Lisboa para Tier III, para que satisfaça os mais elevados padrões de segurança, mas também investir no crescimento da equipa em Portugal. Diz que será o único datacenter público com este nível em Lisboa.
A cibersegurança, que é um assunto de preocupação atual, é uma das prioridades da empresa, incluindo ainda serviços de conetividade, móveis, telefone fixo, cloud.
Fazendo uma análise da fibra ótica em Portugal, diz que 89% dos lares e empresas contam com cobertura e 45% de acessos fibra estão ativos. A empresa diz que as redes residenciais e empresariais são partilhadas, desenhadas pelos três operadores. E para a ONI, isso é uma má solução para as empresas, que não têm garantias de qualidade. "Como os utilizadores residenciais utilizam a internet para ver filmes na netflix e acesso a internet, as empresas acabam por ficar prejudicadas sem o melhor serviço".
A rede da ONI tem uma extensão de 9.200 quilómetros de cabos óticos espalhados pelo país, mais de 78,800 quilómetros de pares de fibra, naquele que a empresa diz representa um investimento de 550 milhões de euros. A empresa pretende satisfazer todas as necessidades dos seus clientes empresariais, desde as pequenas como as grandes empresas. Oferece um serviço corporate às grandes empresas, com ligações de alta velocidade. A rede FTTP (Fiber to the Premises) de nova geração da ONI utiliza a mais recente tecnologia, permitindo atingir uma velocidade de 10 Gbps por segundo. E a promessa é que tanto as pequenas como grandes empresas tenham acesso a esta velocidade nos seus negócios. A empresa garante que a sua solução XGS-PON é 10 vezes mais rápida que as redes GPON atuais, garantindo os 10 Gbps tanto em download como upload, com uma latência de 1 ms. Vai permitir chamadas de teleconferência em 4K para 436 utilizadores em simultâneo, fazer um download de backup de 1 TB em 13 minutos e upload de vídeo de 50 GB em 40 segundos. A cloud da ONI e a sua fibra permite oferecer aos seus clientes uma ligação mais rápida e com menor latência, disse o líder da Gigas.
Nos próximos três anos, a ONI espera cobrir a nível nacional a maior parte do seu target de clientes empresariais, cerca de 120 mil empresas com 4 a 250 colaboradores, num investimento de 30 milhões de euros. Nesta primeira fase, durante 2022, terá cerca de 50% da cobertura, sobretudo em Lisboa e Porto, cerca de 25 mil empresas atualmente.
Pronunciando a qualidade do seu serviço, a ONI garante que tem confiança na satisfação das empresas e dessa forma, arrisca avançar com o serviço sem qualquer tipo de fidelização. Na sua oferta consta fibra simétrica, de 250 Mbps a 10 Gbps mediante as necessidades dos clientes. Terá Cloud PBX, uma plataforma colaborativa com 1.000 minutos nacionais por extensão e chamadas gratuitas entre os colaboradores. Oferece 15 GB de dados e 15 mil minutos de conversação. Soluções cloud e cibersegurança. Os serviços são acompanhados de diferentes routers, com capacidades diferentes, mediante a necessidade das empresas.
Durante a apresentação, a ONI demonstrou a sua velocidade, com equipamento montado no lugar, utilizando o benchmark de velocidade de internet da Ookla. A ligação manteve-se nos 9.321 Gbps de download e de upload 8.109 Gbps, com uma latência de 0,5 ms.
Os serviços que a empresa está a praticar começam nos 25 euros para ligações de 250 Mbps, aos 150 euros para as velocidades mais elevadas de 10 Gbps.
Comentando a situação atual da cibersegurança a ONI afirma que por a Internet ser uma rede aberta, também está aberta a entidades maliciosas. Há que descobrir as ameaças e mitigar os ataques, salientando que nenhuma empresa está imune aos ataques, mas que podem ser criadas redundâncias, assim como backups de informação que fazem parte dos seus serviços. A empresa diz que os ataques são constantes, ou melhor, as tentativas, porque apenas as que são "bem-sucedidas" é que acabam por ter mediatismo. "Um país ou sector torna-se uma moda, como alvo de ciberataques. E penso que seja isso que nos esteja a acontecer, não como alvos específicos", afirmou Nuno Saraiva às perguntas dos jornalistas.
A sua quota do mercado é atualmente muito pequena, diz a Gigas, mas espera ganhar mais espaço com as suas ofertas. Questionado sobre se as três grandes operadoras possam replicar estas ofertas, a empresa diz que seria necessário direcionar as suas equipas de apoio para os locais do país, posição que a Gigas diz estar bem posicionada. "As redes atuais são projetadas para o mercado residencial, e por isso a nossa rede é exclusiva para as empresas, com a oferta de assimetria de velocidades, não partilhando a rede com os milhões de casas". E por isso, contanto com a sua arquitetura desenhada para o mercado empresarial, acredita que tem uma oferta única. Ao SAPO TEK, Nuno Saraiva diz que não existem planos da empresa para o mercado doméstico, preferindo focar-se e especializar-se no mercado empresarial.
Nota de redação: notícia atualizada com mais informação. Última atualização 13h03.
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