A conclusão resulta de um estudo, realizado a 28.000 cidadãos da UE, em que 94 % dos inquiridos que viajam para fora do seu país afirmam limitar a utilização de serviços como o Facebook, ou o correio eletrónico, por causa das tarifas de roaming.

A análise encomendada por Bruxelas mostra que 28 % dos viajantes na UE desligam o telemóvel quando se deslocam para outro país. Só 8 % utilizam o telemóvel no estrangeiro para fazer chamadas telefónicas da mesma forma que no seu país. Três em cada dez nunca telefonam quando estão a viajar noutro país.

No lugar de fazerem chamadas, há mais utilizadores a optarem pelas mensagens escritas. Mesmo assim, o inquérito mostra que um quarto dos viajantes nunca envia SMS quando se desloca para outro país da UE.

Apenas dois em cada 10 enviam SMS no estrangeiro da mesma forma que no seu país de origem.

Os números relativos à Internet móvel no estrangeiro são ainda mais catastróficos. Uma parte significativa dos inquiridos (47 %) nunca utiliza o correio eletrónico e as redes sociais noutro país da EU.

Só um em cada dez utiliza o correio eletrónico e só um em cada 20 utiliza as redes sociais da mesma forma do que no seu próprio país.

O comportamento afeta também a economia das aplicações na Europa, em plena expansão, alerta o Executivo europeu. Os conteúdos relacionados com viagens, fotografia e mapas são os mais afetados.

Por tudo isto, Bruxelas calcula que as operadoras de telecomunicações estejam a perder 300 milhões de utilizadores de telemóveis como clientes, devido às atuais estratégias tarifárias, com efeitos negativos para as outras empresas, como os criadores de aplicações.

"Estou verdadeiramente chocada com estes números, que são a prova de que temos de concluir o nosso trabalho e eliminar as tarifas de roaming", referiu Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia. "O roaming não faz qualquer sentido num mercado único - do ponto de vista económico, é um perfeito disparate".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico