Representantes das maiores companhias de telecomunicações europeias reuniram-se esta semana em Bruxelas com o comissário responsável pela área da sociedade da informação e empresas, Erkki Liikanen, num tentativa de suavizar as condições das licenças UMTS, acordadas com os Governos de cada país.



Segundo o Finantial Times o grupo integrava responsáveis de topo da Deutsche Telekom, France Telecom, BT Group, Philips e Ericsson que apresentaram ao comissário estimativas de custos totais com as licenças 3G na Europa, na ordem dos 110 mil milhões de euros, ao que acrescem 105 mil milhões de euros em custos estimados para o lançamento dos serviços, dos quais apenas foram gastos 12 mil milhões de euros.



Tendo em conta o volume de investimentos a fazer para operacionalizar o serviço os executivos recorrem agora de forma mais personalizada à Comissão Europeia, com o objectivo de sensibilizar o comissário "da necessidade de revisão das condições da licença, já que os atrasos da tecnologia tornaram algumas destas condições, estipuladas inicialmente, pouco realísticas", avança o jornal britânico, citando um documento entregue pelos gestores.



Com base no mesmo documento o jornal escreve que a nova realidade do sector "torna inevitáveis operações de concentração que só por si alterarão as condições da licença e as necessidades de espectro". Os gestores explicam que, em muitos países os termos das licenças, impedem este tipo de movimentações.



A conversa decorreu no âmbito de um ciclo de encontros promovidos pela CE com parceiros do sector sobre o novo quadro regulamentar da EU e os esforços de massificação do acesso à banda larga nos diferentes países.



Deste modo, Liikanen retribuiu a exposição dos gestores com a convicção de que a EU já tem um quadro regulamentar suficientemente flexível e com mais preocupações, desta vez, relativamente à forma como os operadores incumbentes disponibilizam serviços de banda larga, reaproveitando as suas estruturas de cobre.



Recorde-se que a partilha de infra-estruturas e investimentos de rede foi uma das primeiras alterações às condições iniciais das licenças 3G pedida pelos fabricantes e operadores, junto da CE. A Comissão acabou por ceder neste aspecto e pontualmente têm sido aprovadas partilhas de infra-estruturas entre operadores.



Em Portugal o exemplo dessa partilha de infra-estruturas é visível através da empresa de towering, detida em partes iguais pela Optimus e pela Vodafone. Neste caso, a empresa não está ainda em funcionamento devido aos atrasos no arranque do serviço mas terá como objectivo evitar a duplicação de investimentos.



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