A plataforma GEO.Anacom está disponível no link geo.anacom.pt e tem informação sobre as comunicações eletrónicas e as comunicações postais, como sublinhou Cadete de Matos durante a sua intervenção na apresentação da plataforma, que decorre na sede da ANACOM. O presidente da autoridade reguladora das comunicações diz que esta é uma ferramenta que permite a todos verem o que está em falta na cobertura do território e tomar decisões, referindo-se claramente à fibra ótica e às zonas brancas que ainda existem.

Cadete de Matos adianta que a plataforma dá resposta a decisões do Governo, referindo um diploma, este ano regulamentado em portaria, e que o Código Europeu das Comunicações Eletrônicas determinava que devia ser disponibilizado aos utilizadores meios para verificar as ligações de banda larga.

"Portugal é um dos primeiros países a ter uma plataforma tão completa e inovadora como a que temos", destacou o presidente da ANACOM.

O sistema SIIA, que permite saber com detalhe todas as infraestruturas aptas, é uma das bases do GEO.ANACOM que permitiu o desenvolvimento rápido da plataforma, como adiantou ainda Cadete de Matos. O Net.mede e o Tem rede, que permite que os consumidores saibam qual a cobertura das redes móveis, a que se junta a informação da TDT.

Veja as imagens da plataforma

Esta plataforma junta os vários desenvolvimentos e Cadete de Matos diz que a sobreposição das várias camadas traz valor a vários públicos. Para além de considerar que esta é uma mais valia para os decisores na esfera política, supra nacional mas também para o Governo e as autoridades municipais, assim como as Comunidades intermunicipais e as empresas públicas.

O responsável da ANACOM refere ainda que pode ser usada pelos operadores de comunicações que estão no mercado e os que querem entrar no mercado, assim como as PME que trabalham nesta área que têm ferramenta para planear e investir. Juntam-se também os investigadores nesta área de sistemas de informação geográfica.

"A ideia é que esta plataforma seja uma fonte de conhecimento e todos sabemos que sem o conhecimento não é possível tomar boas decisões", destaca Cadete de Matos.

Os utilizadores finais não foram esquecidos e o presidente da ANACOM diz que os cidadãos podem consultar a informação mas que com esta plataforma "ninguém pode ignorar as situações que existem e estão criadas as condições de informação para tomar as decisões sobre a cobertura de redes de fibra ótica", sublinha, abordando a questão das zonas brancas, áreas em Portugal que não têm serviços de internet de alto débito.

Também a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, destacou a necessidade da conetividade digital como um elemento relevante da inclusão e do combate às assimetrias no território. "A falta de conetividade digital põe em causa todas as medidas que podermos criar para evitar as assimetrias", lembra. Por isso foi criado um grupo de trabalho para esta área, com a ANACOM e os operadores

"Assegurámos o financiamento para o concurso público, as CCDRs que vão fazer o concurso público e em equipa a resposta a todas as perguntas da Comissão Europeia para garantir que até final do ano vamos lançar o concurso público para a fibra ótica para começarmos a colocar o cidadão em igualdade", destaca Ana Abrunhosa, reconhecendo porém que não chega, há ainda a questão da literacia digital e o desafio de manter a plataforma atualizada.

"Já andamos a anunciar o concurso há quase um ano, porque há quase um ano estamos a trabalhar com a Comissão Europeia" reconhece, dizendo que o processo tem sido burocrático e que quando for lançado o concurso já terá sido dado um primeiro passo, deixando a nota de que a burocracia é muito maior do que em Portugal.

Luís Alexandre Correia, diretor-geral adjunto da direção-geral de informação e inovação da ANACOM, fez a apresentação das formas de pesquisa e dos temas que podem ser pesquisados na plataforma GEO.ANACOM, com as várias camadas e os 40 temas que já existem e que podem crescer, mas também os sistemas de georreferenciação utilizados e a possibilidade de associar documentos e imagens.

O projeto foi o primeiro na ANACOM alojado na cloud Azure, com todos os requisitos de segurança e usabilidade dos utilizadores, como afirma Luis Alexandre Correia, sublinhando que funciona em qualquer formato de ecrã e em qualquer browser.

Veja o vídeo de apresentação da plataforma

A ANACOM aposta em dados abertos e na partilha e acesso a informação, com APIs de integração, e Luís Alexandre Correia destaca que gostaria que fosse um primeiro passo de uma nova colaboração entre as entidades reguladoras.

Segundo dados partilhados, a plataforma começou a ser desenvolvida há dois anos, mas este ano já recebeu um prémio, ainda em protótipo. O Special Achievement in GIS (SAG) Award  considerou o projeto diferenciador e inovador e distinguiu o GEO.ANACOM a par de um projeto da NOVA IMS.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação durante a conferência de apresentação do GEO.ANACOM. Última atualização 18h21