Já lá vai o tempo em que os telemóveis serviam única e exclusivamente para fazer chamadas e enviar mensagens. Atualmente, as últimas versões destes aparelhos são autênticos canivetes suíços digitais que nos solucionam uma panóplia interminável de tarefas quotidianas e nos permitem atividades que, anteriormente, de forma alguma se poderiam fazer com um telefone.

Embora os telemóveis tenham dado um grande salto qualitativo em poucos anos, as baterias que lhes dão vida não conseguiram acompanhar a vontade dos utilizadores nem a exigência dos atuais smartphones. Se em 2006 os telefones mais comuns conseguiam aguentar vários dias sem serem carregados, atualmente, best-sellers como o iPhone ou a linha Galaxy da Samsung, dificilmente conseguem resistir ao primeiro dia sem serem ligados à ficha. 

A dependência destes aparelhos torna a falta de bateria num problema de primeiro mundo e é exatamente isso que Paul Worgan, investigador da Universidade de Bristol, pretende solucionar.

Para Worgan, a resposta está na partilha de bateria entre dispositivos. Com a ajuda de uma equipa de investigadores, o físico britânico desenvolveu o PowerShake, um sistema de carregamento wireless que permite a transferência de bateria entre gadgets. Para o utilizar, basta encostar os dois aparelhos até que a bateria seja restabelecida até ao nível pretendido.

Há, no entanto, que reforçar a ideia de que se trata de uma transferência, ou seja, para carregar um smartphone vai ter de subtrair a bateria de outro telefone ou smartwatch. Se apenas precisar de fazer uma chamada de urgência, o processo não tem de demorar mais do que alguns segundos.

O sistema recorre à tecnologia já existente que possibilita os carregamentos sem fios, no entanto, há algumas arestas a limar. Apesar de ainda não ter sido explicada a forma em que chegará este novo sistema, o vídeo de apresentação mostra-nos um protótipo de uma capa de telefone com o PowerShake integrado, uma hipótese para a sua comercialização.

No entanto, um dos maiores problemas que Worgan enfrenta neste momento não é de cariz técnico. Caso o utilizador não tenha outro aparelho ao qual recorrer para transferir bateria para o seu smartphone, terá necessariamente que pedir para usar os dispositivos de outra pessoa, que, de acordo com uma experiência conduzida com alguns voluntários, não será tarefa fácil. De acordo com o The Economist, Vassilis Kostakos, um cientista informático da Universidade de Oulu, Finlândia, sugere que as transferências sejam feitas mediante uma remuneração adequada.

Num leilão organizado pelo cientista, foi possível concluir que a maioria das pessoas estaria disposta a abdicar de 10% da sua bateria por 1,76€ caso esta estivesse totalmente carregada. A mesma quantidade ficaria a 4,41€ caso a bateria apresentasse níveis de carregamento mais baixos.

O sistema será apresentado juntamente com alguns testes na edição deste ano da Conference on Human Factors in Computing Systems que está a decorrer em San José, Califórnia, até à próxima quarta-feira.

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