O teste de transmissão num supercanal de 1 terabit foi realizada numa extensão de 520 quilómetros, que ligou as instalações da empresa em Lisboa ao centro de dados da Covilhã, tirando partido da infraestrutura de fibra já instalada.



A principal inovação da experiência está na distância da ligação e no facto de ter assentado na rede existente, que em alguns casos está instalada há quase duas décadas, vindo mostrar, em ambiente real, que é possibilidade transportar volumes de informação maiores em menos tempo e com menor latência.




Sandra Ribeiro, da PT Portugal, explica que uma das conclusões apuradas pela operadora no teste foi a capacidade de reduzir os níveis de latência em cerca de 20%. A viagem de mais de 1000 km feita pelo sinal durante o teste – realizado nos dois sentidos, Lisboa/Covilhã e vice-versa) foi concretizada em 5 milisegundos. Sem a utilização da tecnologia demora 6 milisegundos.



A experiência tirou partido das tecnologias 200G e Flexgrid do 1830PSS, em interfaces de core router 100GE, recorrendo a técnicas de modulação eficiente (Coherent Detection). A tecnologia Flexgrid vem permitir um aumento da densidade dos canais de fibra, enquanto as técnicas de modulação eficiente aumentam a capacidade por canal de fibra, tornando mais eficiente a utilização do espectro. Vem permitir que a largura de espectro dos canais e o espaçamento entre si passe a ser programável e isso faz com que a transmissão possa ser adaptada às distâncias e aos débitos dos canais.



Na prática, há um aumento da capacidade da rede de cerca de 2,5 vezes, que se traduz em mais largura de banda e melhor capacidade para transportar dados, vídeos ou serviços de armazenamento. Um capacidade de 1 tera permite por exemplo transferir 17 filmes iguais ao Gravity em apenas um segundo.

É uma evolução que pode ser especialmente relevante para empresas com necessidades de informação em tempo real, garantir acesso rápido ao datacenter, ou com grandes volumes de tráfego para gerir.




A Alcatel-Lucent tem vindo a realizar outros testes idênticos com operadores noutros países, embora frisando que a experiência feita em Portugal com a PT é pioneira a nível mundial, na combinação de fatores que a carateriza.



Helena Ramos, que trabalhou com a operadora no teste, garante que todos os equipamentos usados estão disponíveis comercialmente e por isso antecipa um período de 12 a 18 meses até que os operadores comecem a preparar as suas redes core para esta nova realidade. “A tecnologia está disponível só ainda não está massificada”, garante.



A PT é mais cautelosa e para já não avança prazos para a realização de um upgrade da rede neste sentido, embora admita que este tipo de evolução está no roadmap da indústria, marcado por três grandes desafios: capacidade da rede, que soluções como a que empresa agora testou endereçam; automatização (programação por software) e a convergência.



Sandra Ribeiro sublinha ainda que a rede da PT Portugal assegura hoje uma capacidade suficiente para as necessidades existentes e para as que se podem perspetivar nos tempos mais próximos, com 23 canais a suportar 100 gigas já a funcionar na rede.

Escrito ao abrigo do novo Acordo
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