Metade das queixas apresentadas este ano ao Instituto Civil de Autodisciplina da Publicidade (ICAP) são relativas à área da publicidade a produtos e serviços de telecomunicações, que Miguel Morais Vaz, Secretário-geral do Instituto, admitiu ao TeK ser a que origina maior número de reclamações. Durante este ano o ICAP já recebeu 11 queixas de operadores e emitiu 9 pareceres sobre publicidade exibida relativa a este sector de actividade.



O secretário-geral do ICAP explica que na base das queixas está normalmente a publicidade comparativa "um instrumento muito usado por empresas que entram num mercado novo", justifica. Mas, apesar da publicidade comparativa ser actualmente lícita, existem vários requisitos a observar, nomeadamente o facto de não poder ser enganosa e de estabelecer comparações com base em pressupostos comparáveis e objectivos.



O ICAP tem sido chamado a pronunciar-se sobre diversas campanhas, tendo recentemente deliberado a favor da Vodafone no caso da queixa que este operador entregou contra a campanha "15 vezes mais" da PT Comunicações. Porém, segundo explicou fonte do Gabinete de Comunicação da PT Comunicações, esta deliberação não terá efeitos sobre a actual campanha a decorrer porque a empresa do Grupo PT optou por, voluntariamente, alterar os anúncios, modificando os pressupostos da queixa entregue pela Vodafone.



A mesma informação foi confirmada por Miguel Morais Vaz, secretário-geral do ICAP, que disse ao TeK que a suspensão da campanha designada na decisão ontem divulgada pela Vodafone não teria efeito.

Recorde-se que ainda há poucas semanas a MediaMonitor divulgou números sobre o investimento publicitário onde se realçava que o sector das telecomunicações é um dos que mais investe em publicidade. De acordo com esta empresa, entre Janeiro e Agosto de 2003 foi registado um investimento de 154 milhões de euros em publicidade, com grande concentração na televisão.



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