O Grupo BT anunciou o adiamento da transferência de todos os seus clientes (particulares e empresas) das linhas analógicas da rede telefónica pública comutada (PSTN na sigla em inglês), para serviços digitais. A conclusão da transição para voz digital da BT estava prevista para o final de 2025, estando agora apontada para final de janeiro de 2027. O plano da BT, que exige que todos os lares tenham uma ligação à Internet, abrange além dos seus clientes também os clientes da EE, empresa de serviços móveis do grupo BT.
Em comunicado, a BT afirma que o novo calendário foi adotado na sequência da introdução de uma série de melhorias destinadas a melhorar a qualidade do serviço, nomeadamente para a proteção de clientes vulneráveis, incluindo os utilizadores de ferramentas de teleassistência.
A substituição das linhas da BT já havia sido suspensa no final de 2023, após incidentes nos quais os dispositivos de teleassistência deixaram de funcionar.
Os serviços de “telecare” utilizam tecnologia para fornecer assistência e cuidados de saúde a distância a idosos, pessoas com deficiência ou outras pessoas que necessitem de supervisão contínua. Com a substituição do cobre por serviços digitais este tipo de apoio fica dependente da eletricidade para se manter em funcionamento, o que pode ser um problema em particular nas zonas rurais.
Cerca de dois milhões de pessoas no Reino Unido utilizam alarmes pessoais que podem ser utilizados para pedir ajuda em caso de emergência, estima a BBC.
A BT afirma que protegerá os clientes vulneráveis sempre que tiver conhecimento dos mesmos e que planeia fornecer “soluções resilientes” às pessoas que dependem da sua linha fixa”.
No entanto, um grupo de ativistas de pessoas idosas disse que o calendário revisto é “uma concessão simbólica” e que o adiamento por pouco mais de um ano, “não nos parece ser suficiente para garantir que haja salvaguardas suficientes para os clientes vulneráveis”, disse Dennis Reed, diretor da Silver Voices, à BBC. O grupo quer que BT refine a definição do que é um “cliente vulnerável” e considera que “janeiro de 2027 é muito prematuro”.
“A urgência da passagem dos clientes para os serviços digitais aumenta de dia para dia, porque a tecnologia analógica das linhas fixas, com 40 anos, é cada vez mais frágil”, afirmo Howard Watson, em comunicado. O diretor de segurança e redes do Grupo BT acrescenta que a gestão das migrações dos clientes do analógico para o digital é extremamente importante e deve ser feita rápida e suavemente enquanto se tomam as medidas necessárias para salvaguardar os clientes com necessidades adicionais, incluindo os utilizadores de teleassistência.
O responsável de redes e segurança diz que é chave para a empresa trabalhar em conjunto com autoridades locais, prestadores de serviços de teleassistência e organizações governamentais.
As medidas da BT para proteger os clientes vulneráveis incluem o fornecimento gratuito de unidades de bateria de reserva e a oferta de telefones híbridos que podem utilizar tanto a banda larga como as redes móveis.
Não há confirmação de que outras empresas sigam o exemplo.
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