Numa carta assinada pelos CTOs de 12 das maiores operadoras da Europa, incluindo o Grupo Vodafone do Reino Unido, a alemã Deutsche Telekom, a espanhola Telefonica e a francesa Orange, é pedido que Bruxelas tome decisões rápidas sobre a alocação do espectro necessário para começar a desenvolver e lançar o 6G. Isto para a Europa não se atrasar atrás dos Estados Unidos e a China.

Segundo o Mobile World Live, as operadoras dizem que continuam comprometidas em desenvolver e investir na conetividade europeia, mas pedem urgência para uma abordagem estratégica para o espectro de 6 GHz, que potencia o desenvolvimento e lançamento do 6G. As empresas temem que a Europa fique para trás, considerando que os Estados Unidos desde 2020 que abriram esse espectro para o Wi-Fi e que a China também já o alocou para o 5G e 6G.

Na Europa ainda não existe uma decisão sobre o desenvolvimento da rede 6G assente no espectro de 6 GHz, considerando que a maioria dos países compraram frequências nos leilões entre os 3,4 a 3,8 GHz para o desenvolvimento inicial do 5G. A carta aponta a procura em escala da atual capacidade do espectro, tendo os serviços futuros com o 6G no horizonte. “É crucial que toda a frequência do topo do 6 GHz fique disponível para as redes mobile”, é referido na carta, apontando as frequências entre 6,425 a 7,125 GHz.

6G pode ser 500 vezes mais rápido que o 5G. Primeiros testes com ligações a 100 Gbps
6G pode ser 500 vezes mais rápido que o 5G. Primeiros testes com ligações a 100 Gbps
Ver artigo

Os operadores dizem que o Produto Interno Bruto global tenha uma contribuição de 8,4% da indústria mobile, mas que sem acesso à frequência de 6 GHz, o impacto no crescimento do PIB será reduzido.

Destacam a sua preocupação referindo que o acesso à banda superior de 6 GHz continua a ser procurado para Wi-Fi por stakeholders dos Estados Unidos, apesar de ter sido disponibilizado recentemente um bloco de 480 MHz na banda inferior de 6 GHz, que não é utilizado e está reservado para este objetivo. As empresas continuam a ser os fornecedores principais de Wi-Fi para os consumidores europeus e negócios. Ou seja, a mensagem aponta que os operadores não querem partilhar o espectro com o Wi-Fi.

O portal Telecoms.com salienta que as necessidades atuais dos serviços 5G em aceder ao espectro de 6 GHz pode deixar nada para o 6G. Por isso pede-se que se use todo o potencial da banda de 6 Ghz para que a Europa garanta a conetividade digital prevista para 2030.