A Televisão Digital Terrestre (TDT) tem ficado aquém do que eram as expectativas iniciais, conclui um estudo publicado pela Anacom, numa altura em que se assinalam os seis anos do início da transição. A entidade reguladora sugere uma alteração no modelo de negócios.

"Apagão" da TV analógica começou há seis anos
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O estudo faz uma análise global da situação da TDT em Portugal, propondo um conjunto de modelos para o seu desenvolvimento futuro, “com base na análise e aprendizagem do contexto nacional, mas também através da identificação das lições aprendidas e melhores práticas que foram encontradas noutros países europeus”, refere-se.

A Anacom alerta para o facto de tão poucos portugueses usarem o sinal da televisão grátis, muitos preferindo antes subscrever serviços pagos, concluindo que se o caminho atual for mantido, a taxa de penetração “irá continuar a decrescer e os utilizadores da TDT serão indubitavelmente as populações de menor rendimento disponível, do interior e com menos apetência tecnológica”.

Sublinha, por outro lado, o crescimento, sobretudo entre as novas gerações, da visualização de conteúdos através da internet ou do telemóvel, “em detrimento do tradicional aparelho de televisão” o que pode significar, “uma redução do consumo através de pacotes”.

Os resultados do estudo sugerem ainda que a mobilidade “é outra das ofertas que podem ser desenvolvidas na plataforma da TDT”, apesar do investimento de rede necessário, assim como a oferta de pacotes que combinem TV + Internet, em parceria com operadores de banda larga.

Além das sugestões, a Anacom deixa igualmente críticas à MEO, responsável pela gestão da rede TDT. A entidade reguladora considera que a operadora não tem qualquer “incentivo para o alargamento da oferta, a introdução de novos canais e serviços ou a valorização da plataforma no seu todo”, possivelmente pela existência de conflitos de interesses, já que é detentora “de uma plataforma concorrente”.