Neste dia, mas há seis anos, começava o fim da televisão analógica em Portugal, com o desligamento do emissor analógico de Palmela e dos retransmissores de Alcácer do Sal, Melides e Sesimbra. Foi assim que 25 concelhos dos distritos de Beja, Setúbal e Lisboa foram os primeiros a avançar em direção à televisão digital terrestre.
O processo continuou durante os meses seguintes, com a chegada a outros distritos, para terminar cerca de três meses depois, a 26 de abril. Mas não sem alguns percalços pelo caminho. E depois de mais de uma década de avanços e recuos.
Depois da subsidiação à mudança, uma das maiores polémicas esteve relacionada com a qualidade do sinal. As queixas de má receção surgiram desde as primeiras vagas de migração e permaneceram, pelo menos, por um ano, apesar dos reforços da capacidade do sinal feita pela Portugal Telecom, nas capitais de distrito, a determinada altura.
Um ano depois do início do processo, a TDT não tinha mais canais e, em muitos casos, também não oferecia melhor qualidade de sinal, a avaliar pelos estudos que entretanto foram sendo divulgados e pelas decisões da Anacom.
Durante a migração, a entidade reguladora apresentou vários relatórios com indicadores positivos a cada fase do processo, mas mais tarde acabou por reconhecer a necessidade de reforçar a capacidade para monitorizar a qualidade do sinal TDT e também propôs alterações à rede.
A dada altura, a grande questão passou a ser a disponibilização de mais canais, além dos cinco pensados inicialmente, o que também deu azo a muitas notícias, entre pareceres e consultas públicas.
Em junho de 2016, o Governo aprovava o alargamento da oferta de televisão digital terrestre para nove canais, face aos cinco existentes na altura. No mês seguinte, a Anacom emitiu um parecer em que considerava o número excessivo.
O processo de migração para a TDT e Portugal não foi definitivamente fácil e, embora a Anacom tenha publicado um estudo, por ocasião da passagem dos cinco anos do início do processo, que garantia que a disponibilidade de sinal estava perto dos 100% no final de 2016, passados uns meses uma análise da DECO denunciava que a cobertura real da televisão digital terrestre continuava aquém daquela que era a cobertura teórica avançada pela MEO e entidade reguladora.
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