Os líderes governamentais da União Europeia (UE) resolveram, sábado passado, em Laeken, adiar para Março de 2002 a decisão quanto ao financiamento inicial do programa europeu de localização por satélite Galileo.



Face a tal adiamento, a comissária europeia da Energia e dos Transportes, Loyola de Palacio, diz-se "decepcionada" e apela para que os Estados-membros sejam rápidos nas decisões que ainda têm de tomar. "Estamos no limite da coerência e qualquer novo atraso poderá por em risco a rentabilidade do projecto", salienta a responsável em comunicado oficial da Comissão Europeia.



O Galileo tem enfrentado algumas dificuldades devido à resistência de um grupo de países em contribuir para o seu financiamento público. Segundo a agência de notícias Lusa, apesar do mesmo estar classificado como o primeiro programa espacial comunitário, os ministros dos transportes da UE, reunidos no passado dia 7 de Dezembro, não chegaram a acordo quanto à iniciativa.



O financiamento para o arranque do Galileo não foi autorizado pela falta do que a Comissão Europeia classificou de "uma decisão política". Reino Unido, Holanda, Suécia, Dinamarca, Áustria e Alemanha, nem sequer quiseram definir o modelo empresarial destinado a assegurar o desenvolvimento do projecto a partir de 2002, num financiamento inicial que garantiria a exploração comercial plena do projecto a partir de 2008, como foi programado desde o início.



Tal restrição impede o lançamento imediato do Galileo, que necessita de 3,2 mil milhões de euros (641 milhões de contos) para o seu desenvolvimento e cerca de 220 milhões de euros por ano (44 milhões de contos) em custos de manutenção.



A UE pretende que o seu sistema de localização por satélite seja compatível com o norte-americano GPS e com o russo GLONASS, ambos sistemas militares, ao contrário do europeu que será controlado por civis (ver Notícias Relacionadas).



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