Duas semanas após o início do desconfinamento, entre 22 e 28 de março, o tráfego de dados recuou 4%, segundo dados preliminares da análise semanal da Anacom a estes indicadores. Os meses de confinamento atiraram os valores de utilização da internet, e consequentemente o tráfego de dados, para níveis sem paralelo. Desde o início da pandemia, a segunda semana de fevereiro deste ano, aquela em que as escolas regressaram às aulas online, foi a que registou índices de utilização mais elevados.
Os dados agora apurados para a penúltima semana de março mostram que o tráfego de dados continuava 89% acima do registado há um ano, no mesmo período, mas já 8% abaixo daquela semana de pico, revelando algum impacto da saída progressiva de casa dos portugueses. Por segmentos, verifica-se que tráfego de dados fixos caiu 4% e que nos dados móveis o recuo foi de 3%, face à semana anterior.
No último ano, o tráfego de dados fixos - que representa 96% do tráfego de dados - foi o que mais cresceu nos meses com medidas de confinamento mais rigorosas. Os números recolhidos mostram que o crescimento deste indicador, durante o primeiro Estado de Emergência, decretado a 20 de março do ano passado, ficou 63% acima da tendência pré-Covid. Depois disso, o crescimento atribuível às medidas excecionais varia entre os 37% e 43%.
Tráfego de voz sem alterações
As estatísticas da Anacom para a última semana de março, também revelam que o tráfego de voz não sofreu alterações, face à semana anterior. Ficou 19% abaixo dos valores atingidos no pico da pandemia e 16% acima do registado antes da Covid-19.
No primeiro Estado de Emergência, em março de 2020, este indicador tinha crescido, em média, 70% acima da tendência habitual e na voz 43%. Depois desse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias variou entre 61% e 62%, no caso do tráfego de voz fixa, e entre 41% e 47% na voz móvel.
A informação apurada pela Anacom nestes indicadores, mostra uma relação direta entre o agravar das medidas de confinamento e o crescimento do número de minutos passados ao telefone. Também indicia que, parte desse tráfego adicional, estará associado a comunicações profissionais, já que em agosto o tráfego de voz diminuiu, tal como em momentos de pausa do trabalho, como os feriados de dezembro.
Nos dados, a tendência de crescimento do tráfego também acompanhou os momentos em que as medidas de confinamento foram agravadas, mas ao contrário do que se verificou para a voz, cresceu também em tempo de férias - uma tendência habitual - e em dias de feriados e pontes, quando os utilizadores ficaram (ainda mais) em casa.
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