Cerca de duas semanas após o seu lançamento bem-sucedido, a bordo de um foguetão Falcon 9 da SpaceX, os satélites portugueses Prometheus-1 e PoSAT-2 estão em momentos distintos das suas jornadas espaciais.

Embora ambos ainda estejam acoplados aos respetivos veículos de transporte, as equipas responsáveis têm expectativas altas para os próximos passos, segundo partilharam em declarações ao SAPO TEK.

Foguetão da SpaceX seguiu viagem. Há novos satélites portugueses prestes a "brilhar" no espaço
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Desenvolvido pela Universidade do Minho em colaboração com o Instituto Superior Técnico e a Universidade de Carnegie Mellon, o Prometheus-1 permanece a bordo do veículo “ION SCV Eminent Emmanuel”.

De acordo com Alexandre Ferreira da Silva, investigador principal do projeto, a libertação do satélite deverá ocorrer nas próximas semanas. Só então será possível iniciar a fase de operações, que inclui localizar o satélite, estabelecer a primeira ligação e testar os seus sistemas.

Veja na galeria imagens do lançamento

Com apenas cinco centímetros de lado e pesando 250 gramas, o Prometheus-1 reflete uma abordagem pedagógica ao ser concebido como uma ferramenta educativa para alunos de engenharia aeroespacial. Este pequeno cubo carrega tecnologia capaz de captar imagens e avaliar o desempenho de sistemas no espaço, funcionando como um “laboratório em órbita”.

Apesar de ainda não terem sido registados dados ou comunicação com o satélite, a equipa faz um balanço positivo da missão até agora.

"O que se conseguiu atingir até ao momento é para nós um marco de sucesso do projeto e da missão. O que vier posteriormente já será ganho adicional", referiu Alexandre Ferreira da Silva.

O PoSAT-2, da LusoSpace, aguarda o fim do processo de elevação orbital para cerca de 500 quilómetros de altitude, acima da Estação Espacial Internacional. Este processo, que levará entre dois a três meses, é crucial para prolongar o tempo de vida do satélite, explicou Ivo Yves Vieira.

Após a libertação do "rebocador espacial", o PoSAT-2 entrará na fase de verificação de sistemas, conhecida como LEOP (Launch and Early Orbit Phase), que "pode demorar algumas semanas ou alguns meses, dependendo do estado do satélite", antes de iniciar as operações principais, como a recolha de dados AIS e a comunicação marítima.

A expectativa é que os primeiros dados do satélite estejam disponíveis em novembro, marcando o início de uma nova era para as comunicações marítimas. "A nossa expectativa é por um lado começar a criar negócio, mas por outro investir no desenvolvimento dos serviços para criar o Waze dos oceanos", rematou o CEO da LusoSpace.