(Actualizada) A Vodafone já tinha confirmado o seu interesse no investimento em tecnologia LTE, mas hoje mostrou no Porto o potencial de evolução dos serviços que a quarta geração móvel poderá trazer à experiência dos utilizadores.

"Temos uma visão do futuro que não está focada em tecnologia, mas numa convergência de mundos: em casa, na empresa e em mobilidade, na experiência do nosso cliente", explicou Jorge Capelas Fernandes, administrador da área de tecnologia da Vodafone.

Para a demonstração do LTE, que está instalado na sua rede de produção, na mesma BTS que fornece serviços GSM na zona, a Vodafone contou com a parceria da Alcatel-Lucent, embora Jorge Capelas tenha adiantado ao TeK que, como grupo, a operadora está a fazer testes com todos os seus parceiros tecnológicos.

O administrador da Vodafone garantiu ainda que a empresa quer ter a tecnologia comercializável no prazo de um a dois anos, mas que "para já estamos limitados pela disponibilidade do espectro, onde esperamos até ao final do ano ter uma evolução", afirmou, referindo-se à esperada abertura do leilão para licenças de LTE que se espera que aconteça ainda este anos.

Quanto aos próximos passos, embora seja cedo para falar sobre o investimento em rede, Jorge Capelas Fernandes diz que a operadora tem pilotos em vários países e que em Portugal este é o primeiro passo, não adiantando detalhes sobre outras implementações. "Temos estado sempre na frente e seguramente no LTE estaremos também lá", sublinha.

António Beato Teixeira, country manager da Alcatel Lucent, parceiro da Vodafone neste piloto, explicou aos jornalistas que o investimento no LTE, por ser uma tecnologia IP, é menor do que o que foi feito na tecnologia GSM, baseada em TDM, mas lembrou que o investimento está também relacionado com o espectro usado e que os 2,6 GHZ (espectro que vai ser licenciado pela Anacom) exigem maior número de estações para cobertura do território do que a frequência usada nos Estados Unidos.

Na loja do Porto, a Vodafone mostrou as várias potencialidades que os utilizadores vão poder explorar com o LTE, quando os equipamentos e a rede estiverem disponíveis, usando dois ecrãs tácteis para navegar na Internet, fazer download de fotos e vídeos, trabalho colaborativo e visualização de canais de TV.

[caption]Toyota Prius LTE[/caption]

Embora parado dentro da loja, um protótipo Toyota Prius, conhecido como o connected car, integrou também a demonstração, para mostrar o acesso em mobilidade às aplicações relacionadas com a condução e a segurança do carro, mas também outros serviços como o acesso Web e vídeo.

O carro, que resulta de um desenvolvimento conjunto entre a Toyota e a Alcatel-Lucent, integra tecnologia LTE e GPS, assim como quatro ecrãs através dos quais os utilizadores podem interagir com os sistemas do automóvel e aplicações, aceder à Internet, ouvir música e ver videos. Para maior sergurança o ecrã do condutor não permite acesso a algumas aplicações assim que o carro está em movimento.

[caption]Toyota Prius LTE[/caption]

Novos serviços para mais largura de banda
A disponibilização de novos terminais, mais sofisticados, é uma das tendências que a Vodafone acredita que poderá potenciar a adesão ao LTE, assim como o desenvolvimento de novas aplicações integradas, e de tecnologia de virtualização, em que os serviços e a informação estão residentes "na nuvem", com armazenamento e processamento central.

Apesar do investimento que a Vodafone tem feito no desenvolvimento do 3G, tendo mostrado ainda em Janeiro velocidades de 42 Mbps, Jorge Capelas Fernandes admite que estas velocidades não são ainda as ideiais para garantir uma experiência de utilização semelhante à rede fixa, que o LTE vai suportar.

"Tal como vemos a evolução dos serviços na rede fixa, onde o vídeo e a TV sobre IP estão a exigir maiores larguras de banda, vão ser dinamizados novos serviços que justificarão o investimento nas tecnologias de quarta geração e a procura dos utilizadores", reforça.

Fátima Caçador

Nota da Redacção A notícia foi actualizada com mais informação.