A Vodafone quer avançar com uma oferta triple-play concorrente às prestadas pelo Clix e o Meo. A vontade da operadora já era conhecida mas ficou patente ontem à margem da conferência onde foram apresentados os novos pacotes de telecomunicações fixas para empresas.

Em declarações ao Jornal de Negócios, António Coimbra, administrador da companhia, explicou que o serviço de televisão faz mesmo parte dos planos da Vodafone, que está neste momento a analisar os resultados dos testes ao serviço sobre a sua rede de cobre, efectuados em parceria com a Nokia-Siemens e a Alcatel-Lucent.

O administrador da Vodafone explica que, no entanto, "avançar sobre o cobre é muito difícil", já que actual rede não suporta o crescimento de serviços de triple-play muito além dos 200 a 300 mil clientes.

Este condicionamento, levou António Coimbra a explicar que a regulação das redes de nova geração poderá influenciar a posição da Vodafone, até porque a operadora defende o investimento numa Rede de Nova Geração (RNG ou NGN), única em Portugal e integrada num consórcio com todos os operadores, ao invés de redes independentes, algo que segundo o administrador torna os investimentos dificilmente rentáveis.

Para isso, o responsável explica que será necessário um "investimento brutal", com a cobertura total da região da Grande Lisboa e do Grande Porto a necessitar de um orçamento entre os 500 e os 600 milhões de euros, valor ao qual acresce um montante igual para fazer chegar o sistema ao resto do país.

Mesmo assim, e apesar de defender a rede única, a operadora está a testar as capacidades da fibra óptica em Lisboa numa zona restrita do Parque das Nações, algo que custou "entre sete e oito milhões de euros" mas que permitirá aumentar o know-how da operadora em RNGs.

Testes à parte, espera-se que até ao final do ano a operadora avance sozinha com uma oferta IPTV, reforçada com uma de satélite, que garanta "a cobertura de todo o país".