Gerida pela FCCN sob orientação da UMIC, a RCTS - Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade serve as instituições científicas e do ensino superior desde o início da década de 90, assegurando a ligação destas instituições à rede europeia de investigação e ensino, e adquiriu um particular dinamismo a partir de 1997.

O desenvolvimento da RCTS nos últimos quatro anos fez com que seja agora suportada por cerca de 1.000 km de cabo de fibra óptica propriedade da própria FCCN, que já chegam a mais de 80 por cento da comunidade de investigação e ensino superior nacional.

O TeK pediu a Luís Magalhães, presidente da UMIC, que comentasse os mais recentes desenvolvimentos relativos a esta rede, apresentados oficialmente esta terça-feira, reflectindo os últimos 12 meses

[caption]Luís Magalhães[/caption]

TeK: Entre os projectos hoje apresentados publicamente no âmbito da RCTS, qual ou quais destacaria?

Luís Magalhães:
Pela sua enorme importância, destacaria o Nó Nacional de Computação Grid, um cluster grid localizado na FCCN que, naturalmente, faz parte da infraestrutura grid nacional e que assume uma dimensão de relevo. Em primeiro lugar foi construída totalmente do zero, num data center novo, com as condições técnicas do topo das actuais exigências internacionais. Esse novo centro de dados aloja 800 processadores com uma capacidade de armazenamento em disco de 600 terabytes e também tem um sistema de arquivo em disquete com um robot com a capacidade de dois petabytes (1 petabyte = 1 milhão de gigabytes). Este centro de recursos tem de facto um impacto enorme em termos da infra-estrutura grid nacional.

A infra-estrutura grid nacional conta presentemente com 1.778 CPU, distribuídos por vários locais (800 na nova sala) e tem uma capacidade de armazenamento em disco de 996 terabytes - 600 na FCCN e os outros 396 noutras localizações do país, além dos dois petabytes do robot de fitas magnéticas.

Quando a infra-estrutura grid nacional, a InGrid, foi lançada em Abril de 2006 a situação de Portugal era de um atraso considerável visto que só tinha 70 processadores e 22 terabytes de memória em disco. Isso passou agora para os valores que mencionei, o que faz com que a rede possa desempenhar um papel importante na European Grid Iniciative, a plataforma europeia correspondente. Por tudo isto só podemos estar muito satisfeitos com este desenvolvimento.

Nota de redacção: Foi alterado o termo "petabyte", inicialmente escrito de forma incorrecta, como notado por um dos nossos leitores.