Por Armando Vale (*)
O ano de 2020 acabou por ser um ano bastante atípico para todas as áreas económicas. Felizmente, dadas as características dos Esports em si, houve uma bela adaptação para que tudo o que são competições continuassem a desenvolverem-se. Afinal de contas, a essência vem da sua competição online e, estando em casa, todos teriam à partida condições para continuarem a competir.
Contudo, na minha opinião, não foi de todo o melhor ano para os Esports.
Para além de retirarmos as fases presenciais que são o auge deste belo espetáculo e onde se consegue elevar um produto a um nível brutal, perderam-se algumas competições cujo papel de desenvolvimento nos Esports são bastante relevantes: Quer um Moche XL Esports em Portugal quer a Final do campeonato do mundo de FIFA, eNations Cup, entre muitas outras e de outros variados videojogos.
Acredito que toda a exposição que os Esports levaram, sendo dos únicos produtos a continuar em ação, foi positiva a nível de reconhecimento de uma área que se quer afirmar ainda mais. Ainda assim, acho que não passou disso, mais exposição. Não houve com esse aumento de visibilidade um resultado direto tão positivo porque a situação geral não era a melhor para realmente alavancar os Esports.
No que toca à seleção nacional, acredito que veio prejudicar em si. O facto de perdermos as concentrações e trabalhos presenciais afetou de certa forma. Quer o relacionamento entre os jogadores, quer dinâmicas. Acaba por não ser totalmente negativo porque todas as competições principais foram canceladas, mas no desenvolvimento da FPF Efootball como referência do eFootball mundial acaba por dificultar o próprio crescimento apesar da excelente resposta dada em adaptar todas as condições para modelos exclusivamente online.
Acredito que 2021 possa vir a trazer um pouco mais do que 2019 nos habituou, mas pelo menos a maneira como trabalhamos 2020 deu-nos as bases para encarar todos os desafios, caso não se perspetivem melhoras.
Quanto aos jogadores, o ano foi atípico e tenho pena que muitos estejam a estrear-se em condições que não são as melhores (presenças em finais online em vez de presenciais) e que alguns mais experientes saiam a perder com isso mesmo. Ainda assim, para os bons, acaba por ser um grande desafio e vamos continuar a ter os melhores nos melhores palcos.
(*) Selecionador FPF eFootball
Este artigo faz parte do Dossier O melhor e o pior de 2020. E as expectativas para 2021. Leia aqui todas as análises e artigos deste especial
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