A Multipessoal criou uma empresa para operar especificamente na área dos serviços de TI e telecomunicações, que presta serviços em regime de outsourcing. O TeK falou com Nuno Freitas, diretor geral da Upgrade, para perceber o posicionamento da empresa e a aposta estratégica do grupo português.


Na conversa ficámos a saber que áreas têm mais procura no âmbito do outsourcing TI e aquelas onde a escassez de recursos é maior.



TeK: Porque decidiu o grupo criar uma empresa especificamente ficada nas TI e Telecom?

Nuno Freitas:
A Upgrade surge de uma forma natural de acordo com a estratégia de especialização do Grupo Multipessoal. O nosso grande desafio passou por transformar uma empresa sobejamente conhecida na área do trabalho temporário, numa empresa de soluções globais de recursos humanos. Para isso fomos ao mercado reforçar as nossas competências através da admissão de novos elementos e foram criadas empresas nas áreas do recrutamento e selecção, formação, prestação de serviços de saúde e agora a Upgrade no sector da TI´s.
O grupo já prestava serviços neste setor mas de forma a vir ao encontro às expetativas e necessidades dos nossos clientes entregando um serviço de alta qualidade, foi criada a Upgrade.

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TeK: Nestas áreas, o que procura mais o mercado, em termos de competências, por exemplo?

Nuno Freitas:
BI (todas as tecnologias) SAP e Sharepoint são tecnologias cuja procura é elevada, mas mais difíceis de identificar no mercado pois trata-se de ferramentas que são menos trabalhadas nas faculdades, o que consequentemente se traduz em menor awareness por parte dos recém-licenciados, que acabam por procurar áreas com as quais já possuam maior familiaridade.

Os consultores Java, nomeadamente J2EE são também um perfil bastante requisitado. É um perfil relativamente frequente quando se trata de desenvolvimento de Alto Nível. Torna-se mais difícil encontrar consultores com esta valência mas com experiência em desenvolvimento desta aplicação.

Ao contrário do que acontece na maioria dos setores, as tecnologias de informação ainda é uma área em que a procura de profissionais especializados é superior à oferta, como confirma o estudo "Outsourcing de TI & BPO: Sondagem e Previsões, 2008 - 2012", baseado numa sondagem realizada junto de 173 empresas e numa amostra representativa das 2000 maiores organizações portuguesas, incluindo o sector financeiro e a administração pública.


Entre as tendências reveladas pelo estudo, destaca-se: abrandamento das taxas de crescimento da atividade, num mercado com índices crescentes de maturidade; Redução da dimensão dos contratos de outsourcing, resultado de índices crescentes de exigência; Emergência dos fornecedores indianos de serviços, com uma oferta crescentemente sofisticada; e especialização vertical dos fornecedores em função da competência e do histórico de projectos. Contudo, segundo a IDC, o mercado nacional de Serviços de TI irá crescer a uma taxa média anual de 5,1% entre 2008 e 2012, de acordo com o estudo, neste contexto, o Outsourcing de TI representa cerca de um quinto da globalidade dos Serviços de TI, e é de todos os segmentos o que mais cresce, sendo expectável que o faça a um nível de 6,3% até 2012.



TeK: Quantas pessoas tem hoje a upgrade e quantas terá até final do ano para atingir os objectivos de 10 milhões de euros de volume de negócios até final do ano?

Nuno Freitas:
Atualmente a Upgrade emprega mais de 300 profissionais, distribuídos por dezenas de clientes nos setores da banca, telecomunicações, utilities, entre outros.


TeK: Já prestam serviços para vários mercados internacionais, qual o peso do negócio internacional na atividade da empresa e que planos de expansão têm a este nível?

Nuno Freitas:
Atualmente estamos em Lisboa e Porto, contudo temos operações a decorrer em todo território nacional e também em Espanha, Itália e França.


TeK: De que áreas vêm os vossos clientes e que tipo de projectos dominam a actividade da empresa neste momento?

Nuno Freitas:
Os nossos clientes operam nos setores da banca, telecomunicações, utilities, entre outros.