Com 95% do negócio concentrado na implementação de soluções SAP, a portuguesa ROFF tem vindo a expandir a operação fora do mercado português e a desenvolver o portefólio para além do universo tradicional de serviços.

No ano passado o negócio internacional representou metade da faturação do grupo, um equilíbrio que este ano deverá ser mantido, num cenário que continuará a ser de crescimento das receitas.

Em entrevista ao TeK, Francisco Febrero, CEO da ROFF, explicou as mais recentes apostas da empresa do grupo Reditus nos mercado internacionais e os planos para o futuro neste domínio, garantindo que o objetivo é continuar a aumentar a equipa.

TeK: A propósito da inauguração da nova sede, recentemente, a ROFF indicou que este passo era um “símbolo na ambição da empresa para ampliar a afirmação nacional e internacional”. Em que se traduz essa ambição no curto médio/prazo, quais são os próximos grandes objetivos da ROFF, nomeadamente para o próximo ano?
Francisco Febrero:
Em 2014, prevemos alcançar os 56 milhões de euros de faturação. Em 2015, os 62 milhões de euros e, se possível, manter o equilíbrio que conseguimos entre a faturação no mercado nacional e internacional.
No mercado nacional pretendemos manter a estratégia seguida até então, quer nas grandes contas onde estamos atualmente, quer na atenção ao segmento das PME.
O mercado internacional continua a impulsionar o crescimento da ROFF e as diversas filiais têm tido um papel fundamental. Neste sentido, prevemos a abertura de novos escritórios nos próximos anos.

[caption]Francisco Febrero[/caption]
TeK: A empresa inaugurou recentemente duas novas delegações internacionais, em Macau e Nyon. Porquê estas localizações e que impacto estas novas apostas podem ter na vossa operação a médio prazo?
Francisco Febrero:
A aposta no mercado chinês com a filial em Macau surgiu no sentido de apoiar e acompanhar os nossos clientes em processo de internacionalização para a Ásia e, ao mesmo tempo, permitir-nos garantir, durante as 24 horas do dia, as operações de suporte global numa lógica follow the sun. Este mercado não nos era desconhecido: a aposta estratégica no mercado asiático e, particularmente, em Macau, teve essencialmente que ver com a experiência adquirida durante os últimos anos em projetos que desenvolvemos em Singapura, Indonésia, Malásia e China.
Consideramos que esta experiência tem sido muito positiva pois não só beneficia das ligações históricas a Portugal, como se trata de um mercado em forte expansão e com inúmeras oportunidades para o desenvolvimento de soluções de negócio.
Quanto à Suíça, a estratégia da ROFF tem incidido na região francófona do país, zona que conhecemos bem e onde temos tido grande facilidade na identificação de oportunidades de negócio, o que nos permite ser mais competitivos. Atualmente, estamos a desenvolver projetos em multinacionais e em grupos de empresas suíças como a Givaudan, CIMO e blue-infinity, entre outros.

TeK: Estão já definidos outros países onde querem assegurar uma presença direta?
Francisco Febrero:
Através das localizações geográficas onde já nos encontramos, estamos a estudar oportunidades em novos mercados e já temos prevista a abertura de escritórios na Costa do Marfim e Moçambique.

TeK: O negócio internacional representa hoje quanto na vossa operação e como esperam que evolua esse equilíbrio?
Francisco Febrero:
Em 2013 as exportações representaram cerca de 25 milhões de euros, o que equivale a 50% do nosso volume total de negócios. Este ano a tendência deverá manter-se.

TeK: A tecnologia SAP dá suporte a boa parte da atividade da ROFF em Portugal e fora, mas a oferta da empresa vai para além disso. Que áreas são mais fortes nesse universo “não SAP”? Têm planos para reforçar essa componente, em que domínios?
Francisco Febrero:
Sim. Apesar de 95% do volume de negócios da ROFF ser SAP, a empresa oferece serviços no âmbito da consultoria em OutSystems, Criatividade e Marketing Digital (através da nossa equipa Jump), outsourcing de recursos humanos, assim como uma área dedicada à consultoria sobre soluções Winshuttle que, na maioria das vezes, acaba por estar relacionada com SAP.
Para além disso, face ao crescente uso de dispositivos móveis, a ROFF tem vindo a reforçar uma aposta recente em ferramentas e soluções de mobilidade que aumentam a agilidade dos processos de negócio, garantindo melhores níveis de produtividade e otimização de tempo nos clientes. São variadas as soluções que a ROFF oferece, desde a implementação e customização de apps em SAP Fiori, integrações do SAP Fiori com Google Apps e a criação de apps de raiz em SAPui5 que podem, ou não, ser integradas com SAP Fiori.
Além das soluções SAP, a ROFF desenvolve ainda apps em HTLM5 e apps nativas para iOS, Windows 8 e Android que permitem responder eficazmente às necessidades dos clientes e parceiros.

Focada no utilizador e negócio, a ROFF tem aumentado desta forma a sua oferta em soluções de mobilidade e usabilidade orientadas para experiência do utilizador.

TeK: No plano nacional, e no universo SAP, a ROFF fez em junho um anúncio relevante, relativo ao contrato de manutenção com a EDP. Esta é uma área onde têm já outros clientes, há perspetiva de fechar mais negócios nesta área?
Francisco Febrero:
Criada recentemente, a equipa “ROFF Global Support Center” presta suporte aplicacional a contratos de grande dimensão, entre os quais a EDP mas também a multinacional suíça, Givaudan. 
Para já, esta equipa de 100 colaboradores que presta, remotamente, apoio na manutenção e evolução aplicacional a cerca de 25 países além de Portugal, está apenas dedicada a estes dois clientes mas a nossa previsão é de crescimento e alargamento a outros clientes nessa área específica.

TeK: Esta é uma atividade que, em fase de crescimento, terá certamente um impacto importante no quadro de trabalhadores da empresa. Em 2013 contrataram 230 colaboradores. É um número que já prevê crescimento ou se ganharem novos contratos relevantes terão de voltar a reforçar o quadro de trabalhadores de forma significativa?
Francisco Febrero:
Atualmente a ROFF conta com mais 850 consultores e temos vários processos de recrutamento em aberto, para os quais já contratámos 14 novos colaboradores que serão admitidos até ao final deste ano. Estamos a crescer de forma sustentada e, por isso, prevemos continuar a contratar consultores que se adeqúem ao perfil que pretendemos.