A Noesis tem hoje presença na Europa, América Latina e África. Está presente em diferentes áreas de negócio e assume-se como líder do mercado português no segmento de Software Quality Management.



Nos últimos anos a área tem sido aliás uma das grandes apostas da tecnológica portuguesa, que começou a trabalhar nesse domínio em 2000 e em 2013 avançou com a criação de um Centro de Testes de Software em Portugal.


A unidade de negócio gera hoje 30% da faturação da empresa, que no futuro quer consolidar as áreas de negócio onde tem vindo a investir, mantendo-se atenta a novas oportunidades.

A Noesis está no grupo das seis maiores empresas de Tecnologias de Informação do mercado nacional e garante que tem conseguido crescer a um ritmo de 12 novos clientes por ano.

[caption]Alexandre Rosa[/caption]




TeK: A Noesis está a assinalar duas décadas de existência. Para chegar aqui certamente teve de enfrentar vários desafios. E nos próximos 20 anos o que espera? Quais são hoje os grandes desafios que se colocam a uma empresa como a vossa?

Alexandre Rosa:
Os desafios da Noesis, como os de muitas empresas de tecnologia, são de dois níveis - tecnológicos e de novos negócios que potenciem o crescimento. Num primeiro nível estamos a abordar temas relacionados com a evolução tecnológica, isto é, que se prendem com a identificação e antecipação das próximas vagas e como podemos preparar-nos para responder a elas com os nossos serviços. Atualmente são claros os desafios da mobilidade, da Internet das Coisas, da Analítica de Negócio e da Cloud que, de forma crescente e nas mais diversas indústrias, têm vindo a assumir uma crescente relevância nas decisões de negócio. Por outro lado, novos serviços e formatos têm assumido um crescente protagonismo, de que são exemplo o desenvolvimento e verificação de qualidade do software para acelerar processos de implementação e o outsourcing, nomeadamente em regime de nearshore. Em todas estas áreas a Noesis tem vindo a posicionar a sua oferta de forma estratégica, bem como a reforçar as competências das suas equipas para lidar com estas novas realidades.
A segunda dimensão prende-se com o crescimento em novos sectores e geografias que permita assegurar a sustentação do negócio. E, neste caso, já temos operações distribuídas por diferentes geografias, o que nos assegura um potencial de mercado alargado e espaço para crescimento.
Este ano, em que assinalamos um marco importante da história da Noesis, com o seu vigésimo aniversário, estamos igualmente a reformular toda a apresentação da nossa oferta, a lançar novos produtos e a apresentar uma nova Noesis.

TeK: Nas várias áreas cobertas pela vossa oferta qual (ou quais) são as que têm hoje mais força e maior representatividade no volume de negócios?
Alexandre Rosa:
A área de Software Quality Management, em que a Noesis é líder nacional segundo um recente estudo da IDC, é uma das principais áreas de desenvolvimento e de crescimento, e uma área em que já dispomos de uma presença internacional relevante, participando regularmente na principal conferência europeia da área, EuroSTAR, e lançando um serviço de testes de software com características pioneiras, o Qfactory, disponível também num modelo as-a-service. Outra área em que temos vindo a apostar ao longo dos últimos anos é a de Business Intelligence ( BI ), para a qual estabelecemos uma parceria com a Qliktech, uma das mais importantes empresas na área de visualização de dados de negócio e apoio a processos de decisão. Temos vindo também a desenvolver outras áreas, como a de desenvolvimento de software para terceiros, na qual temos dispensado uma especial atenção às oportunidades, uma vez que são negócios que também podemos oferecer num modelo as-a-service. Lançámos ainda uma nova área de negócio, que é o desenvolvimento de aplicações vocacionadas para suprir necessidades de informação de negócio nos nossos clientes, de que são exemplo a nossa linha de produtos para recursos humanos assente em tecnologia Outsystems ou a nossa linha de produtos de analítica de negócio assente na plataforma de BI Qlik, de que a NOESIS é o único parceiro Elite Solution Provider.

TeK: Qual a relevância do mercado internacional no balanço da empresa? Há algum mercado que se destaque?

Alexandre Rosa:
Embora a NOESIS não apresente o seu resultado por geografia, podemos afirmar que o total do mercado internacional representa 20% por cento do negócio da empresa. Este é um facto que corresponde à aposta estratégica que foi feita no desenvolvimento de uma presença internacional, nomeadamente através de parcerias estratégicas. Atualmente temos operações em Portugal, Benelux (Holanda e Bruxelas), Brasil e Angola, e temos vindo a crescer de forma consolidada em todos, embora a nossa presença mais forte, por motivos históricos de parcerias estabelecidas, seja na região do Benelux. Adicionalmente, e fruto da nossa aposta em modelos de serviços à distância através de nearshore, temos projetos em diferentes países europeus.

TeK: Têm planos para chegar a novos mercados? Na Europa estão para já em Bruxelas. Porquê Bruxelas?

Alexandre Rosa:
Continuamos a olhar de forma criteriosa para as oportunidades de expansão para novos mercados, pelo que poderemos vir a alargar a nossa presença a novos mercados, como por exemplo a Irlanda, caso as oportunidades de negócio e de crescimento assim o justifiquem. Estamos em Bruxelas fruto de uma parceria que a NOESIS teve no passado e que justificou o crescimento e presença neste mercado. No entanto, mais do que a presença com escritórios e pessoas, temos vindo a desenvolver vários projetos em mercados internacionais através dos nossos serviços locais, que trabalham para clientes nos mais diferentes países, recorrendo aos serviços de nearshore.



TeK: Para endereçar os tais desafios que vos esperam nos próximos anos, equacionam explorar novas áreas ou o plano a médio prazo passa por manter a oferta tal como é hoje?
Alexandre Rosa:
A NOESIS tem vindo a registar um crescimento forte dentro das áreas consolidadas em que opera atualmente, e acreditamos estar ainda longe de termos esgotado este potencial, quer no mercado nacional quer especialmente nos mercados internacionais em que operamos. Existe assim um forte potencial para desenvolver os atuais negócios, seja na área de QM, seja na área de desenvolvimento aplicacional, sistemas de informação de gestão ou analítica de negócio, como na nova área de preparação e orquestração dos data centres para fornecer infraestruturas em Cloud. No entanto, acreditamos que para sermos bem-sucedidos temos de ter um foco na evolução continua e, nesse sentido, já nos encontramos a desenvolver a nova linha de produtos NOESIS.

TeK: Em 2014 a faturação da Noesis cresceu cerca de 20%. Em 2015 o que esperam?

Alexandre Rosa: A nossa faturação tem vindo a crescer de forma sustentada. Mais importante do que termos um crescimento rápido, interessa-nos crescer de forma continuada e contribuir com os nossos produtos e soluções para o sucesso dos clientes. Esperamos em 2015 conseguir manter um crescimento acima de dois dígitos mas, mais importante, que seja acima do mercado, como tem sido nosso apanágio ao longo da história da empresa.

TeK: O mercado português dá sinais de estar finalmente a sair de um ambiente de crise, pessimismo e muita contenção nos investimentos. Concorda? Em que áreas identificam este ano uma maior disponibilidade e interesse das empresas para avançar com novos investimentos?

Alexandre Rosa: O mercado ainda não tem um sinal definido, mas é evidente que existem sectores em que, fruto da contenção dos últimos anos, investimentos foram cancelados e decisões tecnológicas foram adiadas, pelo que existe um forte potencial de crescimento para endereçar estas novas realidades do negócio. E, a manterem-se os sinais de retoma da atividade económica que temos registado, é natural que se venham a concretizar. A afirmação das novas tendências, da mobilidade ao big data e à realidade da Cloud, todos contribuem para criar um ambiente propício ao investimento. E as empresas ou potenciam estas novas oportunidades para crescer no seu negócio, ou se arriscam a ter desafios de grande complexidade para o seu futuro.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico