Em julho de 2011, a Construlink anunciava que iria passar a designar-se Gatewit, num rebranding que marcava os dez anos de atividade da empresa especialista em plataformas de ebusiness.

A nova marca "reflecte o início de um novo ciclo de crescimento em novos mercados, através da diversificação de soluções associadas a plataformas electrónicas e da entrada noutros países".

Com 2011 finalizado, o TeK quis saber como correu o resto do ano à Gatewit e o que junto de Pedro Vaz Paulo, CEO, perspetiva para o negócio da empresa em 2012.

TeK: Como tem evoluído o vosso negócio em termos de receitas? Como foi 2011 comparado com 2010?
Pedro Vaz Paulo:
Neste momento a Gatewit atravessa um período de expansão já que temos vindo a apostar nos últimos meses na presença em mercados internacionais. No que respeita ao mercado nacional estamos com uma quota de mercado que ronda os 60%, o que nos dá uma enorme satisfação porque retrata o reconhecimento do nosso know-how, bem como a confiança que inspiramos nos nossos clientes.

No geral podemos afirmar que 2011 foi um ano positivo. Apesar da conjuntura difícil estamos convictos de que o mercado vai evoluir de forma positiva e de que há espaço para que o mercado cresça. Acreditamos que este crescimento será conseguido com o surgimento de novos serviços e novas soluções que irão impulsionar o mercado nesse sentido.

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TeK: A que se devem esses resultados?

Pedro Vaz Paulo:
Temos apostado no alargamento das nossas soluções e serviços, em virtude da nossa competência, e assim temos conseguido uma taxa de fidelização de clientes muito elevada (99%)". A par desta nossa postura no mercado decidimos que 2011 seria o ano para começar a apostar fortemente na internacionalização e acreditamos que os resultados que alcançámos se devem a esta combinação estratégica.

Espanha foi o país em que apostámos para dar o primeiro passo na estratégia de internacionalização da Gatewit. Estamos no país vizinho desde janeiro de 2011 e o balanço tem sido muito positivo. A nossa entrada no Brasil é mais recente, entrámos neste mercado em março passado. Acreditamos que o Brasil é um mercado com um enorme potencial e onde há muito espaço para podermos crescer. No último trimestre do ano, mais concretamente em novembro, abrimos escritório em Silicon Valley, EUA. Foi a concretização de um sonho e queremos que venha a ser uma âncora do nosso trabalho, já que estaremos rodeados das gigantes tecnológicas mundiais.

TeK: 2011 foi um ano de mudança ao nível da imagem. Porquê o abandono da marca Construlink? O que mudou em termos estratégicos?

Pedro Vaz Paulo:
O objetivo da mudança de designação foi criar um certo distanciamento quanto da palavra construção, que remetia um sector ao qual a empresa esteve mais ligada no seus primeiros anos de atividade. Além disso, o processo de rebranding foi desenhado e implementado com o propósito de acompanhar o momento de crescimento da empresa, bem como a sua entrada nos mercados internacionais.

Com a criação da nova marca Gatewit e toda a nova imagem associada a empresa marca assim uma fase da sua existência, avançando para novos mercados ao mesmo tempo que diversifica a sua oferta de soluções associadas às tecnologias de informação.

TeK: Como se distribui o negócio da Gatewit neste momento? Quantas plataformas gerem atualmente?

Pedro Vaz Paulo:
O negócio da Gatewit incide sobretudo em soluções de eProcurement para compradores e fornecedores: RFx platform; eSourcing; eCatalogue; eInvoice; eAuctions; eRequisition; eContract; entre outras. No total são 15 plataformas.

TeK: E qual a área de negócio que se tem destacado mais?

Pedro Vaz Paulo:
Atualmente podemos afirmar que o e-procurement é o core business da Gatewit.

TeK: A prazo anteveem algum segmento que tenha mais probabilidade de crescer ou mantêm-se as tendências atuais?

Pedro Vaz Paulo:
Na sua globalidade as soluções e serviços da Gatewit visam otimizar gastos, bem como o controlo da despesa pública (no caso dos clientes do setor público). Ora, face aos dias de hoje e à crise económica que vivemos, acreditamos que as soluções da Gatewit contribuem para o alcance de melhorias neste âmbito e em todos os sectores.

TeK: Como avaliam o mercado de business to business neste momento em Portugal?

Pedro Vaz Paulo:
Este mercado tem estado vocacionado principalmente para o segmento do sourcing, o qual muito se deve à obrigatoriedade do código dos contratos públicos na fase pré contratual. O mercado ainda é um mercado com baixa regulação, pois existem vários players a desempenhar serviços e a implementar soluções com um nível de qualidade distinta mas que o cliente final não consegue distinguir no momento de compra.

TeK: As empresas portuguesas já confiam mais nas plataformas eletrónicas?

Pedro Vaz Paulo:
Sim, sem dúvida. Tem sido um percurso muito bem-sucedido em que conseguimos já denotar a boa adaptação por parte dos vários intervenientes, público e privados. Aliás, importa frisar que Portugal é hoje uma referência a nível europeu. Existe mesmo um "reconhecimento" pela Comissão Europeia, no Livro Verde relativo ao alargamento da utilização da contratação pública eletrónica na União Europeia.

É de salientar também que, em Portugal, foram já muitas as entidades públicas que modernizaram os seus processos aquisitivos, independentemente do seu sector ou dimensão.
Ao mesmo tempo estamos perante um outro fator extremamente positivo, sendo é inegável que se tem verificado um crescimento exponencial nos processos tramitados por via eletrónica. Assistiu-se a uma espécie de "mudança por contágio" já que as entidades passaram a utilizar meios eletrónicos, mesmo quando a legislação a isso não obriga.

TeK: O que faltaria para haver mais adesão?

Pedro Vaz Paulo:
Apesar de ser hoje visível uma preocupação cada vez maior quanto à forma como o processo de contratação é levado a cabo, há ainda alguns desafios pela frente relativamente a esta matéria. No futuro, um dos grandes desafios que Portugal tem pela frente é conseguir a implementação de todo o ciclo de contratação abrangido por plataformas eletrónicas.

TeK: Recentemente abriram escritórios em Silicon Valley. O que representa este "investimento" em termos estratégicos?

Pedro Vaz Paulo:
Como dizia anteriormente, foi a concretização de um sonho. Estando já a operar neste mercado o nosso objetivo é fazer uma auscultação das principais empresas com as quais possamos apostar numa estratégia de sinergia. Acreditamos que a união faz a força e é desta forma que encaramos as parcerias. Queremos fazer crescer a qualidade das soluções que oferecemos ao mercado e tornar a nossa empresa ainda mais competitiva. O tipo de parceria que faria mais sentido para a Gatewit, nesta fase, seria com empresas de consultoria, desenvolvimento de software, não esquecendo as universidades.

TeK: Em quantos países estão presentes neste momento?

Pedro Vaz Paulo:
Estamos presentes em Portugal, Espanha, Brasil e EUA. Esperamos ao longo de 2011 vir a entrar em novos mercados.

TeK: Por onde vai passar a estratégia da Gatewit em 2012?

Pedro Vaz Paulo:
No que respeita a mercados externos, Alemanha e Índia são países aos quais estamos bastante atentos.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé