O responsável pela Atos em Portugal, João Lopes, falou com o TeK e explicou os planos da empresa para 2012. Nesta entrevista, detalhou das principais áreas de aposta, a herança da Siemens IT Solutions and Services e os projetos de investimento.



No ano que está prestes a inicia-se a empresa acredita que pode aumentar o volume de negócios em Portugal em torno dos 5% e planeia reforçar a aposta em algumas áreas de negócio e setores, como a banca ou seguros, utilities, saúde ou media.




TeK: O negócio com a Siemens permitiu à Atos entrar no mercado português, aproveitando a estrutura da empresa alemã, pelo que sei. Do que existia o que mantiverem e o que estão a mudar, em termos de oferta e estrutura?

João Lopes: Até ao verão de 2011 a Atos não tinha presença em Portugal, pelo que a estrutura da empresa alemã (Siemens IT Solutions and Services) constitui agora a Atos Portugal. A nova empresa disponibiliza uma oferta mais abrangente e competitiva em termos de serviços IT e mercados, assim como uma organização maior e mais apetrechada de competências.



TeK: Que posicionamento quer a empresa adoptar no mercado nacional e em que áreas espera assumir uma presença mais forte?

João Lopes: A nossa visão para o futuro consiste em acelerar o progresso ligando pessoas, negócios e tecnologia. Com mais de 30 anos de experiência em outsourcing, integração de sistemas e processamento de transações, a Atos pretende assumir uma presença mais forte nos mercados da Banca/Seguros, Utilities, Saúde e Media.

[caption]João Lopes[/caption] TeK: No contexto do grupo, como é visto o mercado português, no que se refere às oportunidades (áreas de negócio, grandes projetos, etc)?

João Lopes: Apesar da situação económica do país, a Atos considera que em Portugal há espaço para a modernização do Estado e para a melhoria de competitividade das Empresas. Consideramos que têm de ser encontrados novos modelos de negócio entre fornecedores e clientes baseados na partilha do risco e dos ganhos. Cerca de 20% do negócio Atos no mundo é realizado com este modelo de negócio através do qual a nossa empresa factura em função do número de transações realizadas pelo cliente, com o mínimo de investimento a suportar pelo mesmo.
Este modelo de cooperação baseado em transações pode ser aplicado à Administração Pública para os serviços do Estado para o cidadão e no sector privado, por exemplo com os cartões de fidelização, entre outros.




TeK: Algumas multinacionais têm trazido para cá centros de serviços e suporte. A Atos olha para Portugal também nesta perspectiva?

João Lopes: A subsidiária portuguesa é vista como uma plataforma de prestação de serviços na área dos managed services e da manutenção e desenvolvimento de software. Atualmente já prestamos serviços de suporte e manutenção de software para a Europa, em áreas como o SAP e aplicações java/.net. Estamos também a analisar outras possibilidades para países com os quais Portugal se relaciona preferencialmente.



TeK: 2012 será o primeiro ano completo de operações em Portugal. Estamos falar de uma empresa com que dimensão? Quais são as vossas previsões em termos de resultados e qual era a dimensão da Siemens em Portugal quando pegaram no negócio?

João Lopes: Ao longo dos últimos 12 anos, a subsidiária Siemens IT apresentou sempre resultados positivos em virtude de uma gestão criteriosa dos custos e da qualidade de serviços aos clientes. Estamos em fase final de aprovação do plano de negócios Atos para 2012 em Portugal e apontamos para um crescimento de faturação da ordem dos 5%.

Actualmente com cerca de 100 Colaboradores em Portugal, e cerca de 5.500 colaboradores na região onde a Atos se insere, estamos confiantes de que iremos criar mais emprego por via dos projetos em Portugal e do crescimento previsível das exportações.



TeK: No contexto europeu, que principais vantagens trouxe à Atos o negócio com a Siemens e, já agora, aos clientes da empresa na região?

João Lopes: Com o acordo realizado entre a Siemens e a Atos, foi também assinado um contrato de outsourcing IT por um período de 7 anos através do qual a empresa se responsabiliza pelo cumprimento dos níveis de serviços em todos os países onde a Siemens tem presença. Foi também acordado que as duas empresas irão investir em áreas estratégicas, como por exemplo as smartgrid, as smart mobility, entre outras.
A Siemens é também acionista da Atos em 15% e a conjugação destes 3 fatores criaram as condições para que soluções conjuntas Siemens-Atos venham a ganhar novos projetos em todos os mercados.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira