Por Rui Nogueira (*)

A expansão internacional não é exclusiva das grandes empresas. Embora as PME e as empresas de média dimensão não tenham a capacidade económica e humana dos grandes grupos, não ficam atrás destes. Esta expansão aumenta o potencial das empresas e dá-lhes um novo fôlego. Verdadeira alavanca de crescimento, trata-se de um desafio crucial para Portugal visto que as PME são o pulmão económico do país.
Antes de investir, a empresa deve avaliar a viabilidade do projeto, fazendo as perguntas certas. A Sage Portugal oferece aos empresários 4 conselhos para um desenvolvimento internacional sustentável.

Realizar um autodiagnóstico antes de avançar, de forma a avaliar a viabilidade do projeto
A empresa tem os meios necessários para avançar e ter sucesso? Um autodiagnóstico permite identificar as forças e as fraquezas, conhecer muito bem os recursos financeiros e humanos, bem como avaliar a capacidade de produção e de logística de uma empresa.
Esta etapa é indispensável para um desenvolvimento sustentável a nível internacional. Por cada dez empresas que exportam no primeiro ano, três irão exportar no segundo ano. Num ambiente internacional exigente, a empresa deve ser bem gerida e ter um bom desempenho no mercado nacional, antes de poder partir à conquista de novos horizontes.
Depois de a empresa garantir a sua capacidade de desenvolvimento a nível internacional, pode definir uma estratégia, analisando vários cenários de internacionalização para escolher aqueles que são mais adequados. Uma imersão de alguns dias no ou nos países-alvo permite confrontar-se com a realidade no terreno e começar a identificar uma rede de apoio.

Definir um roteiro para estruturar os processos a implementar
Que país escolher como alvo? Para responder a esta pergunta, é necessário criar uma matriz que integre as características geopolíticas, económicas, fiscais, demográficas e regulamentares dos países-alvo. A empresa deve limitar as suas pesquisas a três países, no máximo, para não se dispersar.
Em que estado se encontra o mercado? Um estudo de mercado é obrigatório para analisar as características da oferta dos concorrentes e da procura, de forma a avaliar se a empresa consegue posicionar a sua oferta. É necessário estudar os vários cenários possíveis (exportação, franchising, licenças, alianças estratégicas, filiais, aquisições) e a sua viabilidade, tendo em conta os fatores cruciais para o sucesso, os recursos mobilizáveis (competências, finanças…) e a reversibilidade.
Como posicionar a oferta? Com base neste estudo de mercado, a empresa pode questionar-se sobre como posicionar a sua oferta (alvo, gama…) para garantir a sua competitividade. Poderá ter de se adaptar às particularidades do país (norma, formato...).
Esta reflexão, para a qual podem contribuir organismos de apoio a nível internacional e peritos, serve de base de trabalho para a definição de objetivos e para a criação de um plano de ação, tendo em consideração os riscos identificados. A empresa pode assim elaborar o seu plano de marketing de desenvolvimento internacional, antes de entrar no cerne da questão, definindo a cadeia de valor das suas novas atividades, bem como a respetiva organização. Deverá igualmente refletir sobre as consequências sociais, financeiras, operacionais e de marketing destes novos ajustamentos.
Com base nestes elementos, será então necessário definir o respetivo plano de investimento e tomar as decisões estratégicas necessárias, com o apoio de várias organizações e especialistas de desenvolvimento a nível internacional.

Garantia de ter bons instrumentos de gestão para aumentar a segurança da condução da atividade
Para ter sucesso no desenvolvimento a nível internacional, a empresa deve ser capaz de gerir os seus desempenhos num perímetro geográfico cada vez maior e de identificar novos eixos de rentabilidade. Assim, a escolha de um sistema de gestão adaptado é fundamental.
Com a chegada da Cloud, da Business Intelligence (BI) e da mobilidade, os softwares de gestão tornam a partilha de informações mais fácil. Independentemente de a empresa ter uma estratégia de exportação ou de expansão internacional, as tecnologias oferecem-lhe novas oportunidades para acompanhar a estratégia de desenvolvimento a nível internacional deste setor. Cabe-lhes a elas encontrarem um equilíbrio adequado entre segurança, custos e necessidades empresariais. A solução escolhida deve também cumprir as regulamentações dos países-alvo (SEPA, IVA…) e adaptar-se às evoluções dos mesmos.
A escolha da solução de gestão depende do modo de internacionalização escolhido. Por exemplo, em caso de aberturas de filiais, é necessário considerar o seu nível de interdependência e o seu grau de autonomia. O Diretor Administrativo e Financeiro e o Diretor de Serviços de Informação têm um papel crucial nesta decisão. O Diretor Administrativo e Financeiro garante o cumprimento do plano de desenvolvimento e das regras contabilísticas, enquanto o Diretor de Serviços garante que as soluções escolhidas se adequam às necessidades empresariais das equipas. Devem trabalhar em conjunto.

Adaptar a gestão do desempenho ao contexto internacional
O processo de gestão do desempenho deve igualmente evoluir no sentido de apoiar o desenvolvimento, em função da estratégia aplicada, dos países-alvo e do ritmo do crescimento. A direção financeira tem um papel chave na compreensão das especificidades a considerar para gerir as diferenças culturais. Deve ter em conta os riscos inerentes ao país (riscos de câmbio, riscos sociais e económicos…) para instituir os indicadores de gestão complementares aos indicadores financeiros tradicionais.
Para além dos desafios específicos da função de finanças, o desenvolvimento a nível internacional das PME e das empresas de média dimensão exige uma abordagem colaborativa, entre os vários intervenientes na empresa, sustentada num objetivo partilhado, de sucesso sustentável, de forma a implementar as decisões estratégicas e as mudanças necessárias para entrar na concorrência internacional.

 

(*) Enterprise Market Sage Portugal

 

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