Por Jorge Lopes (*)
Com o acelerado ritmo do progresso tecnológico, as organizações estão cada vez mais cientes da existência de um défice de qualificações da sua mão-de-obra, identificando-o como a diferença entre a performance que estas desejam e aquilo que os seus trabalhadores conseguem efetivamente realizar.
Estão a surgir novos desafios, a produtividade assumiu outra escala e o fosso de competências está a tornar-se ainda mais profundo.
De acordo com o inquérito a gestores de IT e negócio levado a cabo pela CompTIA, Assessing the IT Skills Gap de 2017, a tecnologia é vista como um dos fatores principais para o alcance dos objetivos de negócio por 74% dos gestores. Tecnologias emergentes, como IoT, IA, automação; integração de apps, fontes de dados, plataformas e equipamentos; cloud; transformação digital de negócio / modernização de hardware e software; cyber security; e desenvolvimento de software e aplicações, foram as principais áreas identificadas em que existe maior necessidade de profissionais qualificados.
A “transformação digital" das empresas é assim responsável pelo investimento em especializações como a Cyber Security, IOT, Cloud, Machine Learning e Data. Um investimento que abre caminho a uma nova panóplia de profissões e oportunidades de carreira.
Segundo o estudo sobre tendências de emprego e salários da Hays, de 2018, a contratação de profissionais nestas áreas irá aumentar e, à semelhança do que se verificou neste ano que passou, os perfis mais solicitados serão os project managers, business analytics, outsystems developers Java/.NET, mobile developers, machine learning engineers, python developers e data scientists e os perfis relacionados com business intelligence e segurança informática.
Estamos perante um mercado com elevado nível de evolução tecnológica que nos exige, por isso, uma capacidade de aprendizagem e adaptação sem precedentes para que consigamos acompanhar a velocidade da mudança.
Torna-se claro que a área das TI é certamente o caminho mais seguro no momento da escolha da carreira a prosseguir ou da formação complementar a apostar.
De acordo com o estudo de remuneração da Michael Page, de 2018, o mercado nacional mantém um dinamismo forte quanto à procura de profissionais dos sistemas de informação: quantos menos profissionais disponíveis maiores serão os seus vencimentos.
A realidade demonstra-nos que os profissionais de TI são dos poucos que ainda têm opção de escolha num mercado de trabalho tão saturado, e que a procura por formação especializada cresce a par da procura do mercado.
Se assim é, como é possível dar resposta a esta necessidade do mercado?
A resposta está na formação. Apenas os mais bem preparados serão capazes de dar resposta a novos desafios.
(*) Diretor da Rumos
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