Por João Paulo Sá (*)

Na sua terceira década de existência, o Business Process Outsourcing (BPO) é cada vez mais uma prática de gestão aceite no mercado empresarial.



Para melhor percebermos o conceito, o BPO representa a terceirização de processos específicos de negócio, que assentam nas tecnologias de informação. É normalmente implementado como uma medida de redução de custos, com alvo em tarefas diárias de funcionamento empresarial, nomeadamente a facturação ou compras, bem como, serviços relacionados com o cliente, como o marketing ou o suporte técnico.

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Um dos exemplos paradigmáticos da eficiência desta ferramenta é a economia Filipina, um dos seus principais centros mundiais. Aqui o BPO desempenha um papel cada vez mais importante, estimando-se que a receita bruta seja acima de 25.000 milhões dólares em 2016.



No início do século a actuação do BPO centrava-se sobretudo na redução de custos, mas com o avançar da tecnologia e constantes alterações na indústria, nomeadamente no crescimento da oferta de serviços em detrimento de produtos, as empresas optam agora por terceirizar também o seu back-office com o objectivo de ganhar tempo nos processos e na qualidade.



Um dos factores críticos do sucesso do BPO é a forma como potencia a flexibilidade organizacional, ajudando a aumentar a agilidade de uma organização, transformando custos fixos em variáveis. A estrutura de custo variável ajuda uma empresa a ajustar-se a mudanças, não necessitando de investir em ativos.



Outra vantagem competitiva é a concentração nas competências nucleares de uma organização, o que permite uma independência de obrigações burocráticas, fazendo com que os funcionários chave se libertem de processos administrativos, investindo o seu tempo e energia nos negócios principais da empresa.



A reestruturação dos processos de negócio é outra das mais-valias resultantes do BPO, uma vez que a utilização criteriosa de parceiros na cadeia de fornecimento vai melhorar a eficiência dos processos.



Hoje em dia, a flexibilidade organizacional é vista como uma fase do ciclo de vida de uma empresa. A flexibilidade mantém as metas de crescimento alcançáveis, evitando constrangimentos que possam ocorrer. O BPO permite a manutenção dessas metas, sem perda da agilidade, fazendo com que uma empresa possa crescer a um ritmo rápido e sustentado, sem ter de fazer grandes investimentos em pessoas ou equipamentos, que podem levar anos a ser amortizados.

(*) Project Manager na Atos Portugal