Por Paula Panarra (*)

Mais do que se poderia pensar, há muitos paralelismos entre a missão da Microsoft e o papel que deve ter o Ensino. Na Microsoft o desafio diário é oferecer aos clientes e às organizações que recorrem à nossa tecnologia acesso às melhores plataformas e soluções para atingirem os seus objetivos.

Nas escolas que formam hoje os profissionais do futuro, importa assimilar que o atual mundo digital coloca novos desafios e as competências tecnológicas são, cada vez mais, um fator determinante no contexto académico e profissional dos alunos.

Destes alunos que vemos formar-se, alguns – ainda demasiado poucos - seguirão percursos nas Tecnologias de Informação (T.I.). Desse lote, já escasso, menos ainda serão mulheres. Ainda olhamos o futuro de longe, agarrados demasiadas vezes a modelos datados, que não nos permitem construir os cenários profissionais que o presente já exige. As estratégias de qualificação dos portugueses têm de começar mais cedo, a Tecnologia tem de saber atrair profissionais do sexo feminino e as organizações têm de lhes reconhecer valor.

Não falo por experiência própria. Nunca me senti prejudicada ou beneficiada por ser mulher. Nunca senti dificuldades no trabalho direto com as equipas e nunca senti a minha posição diminuída em função do género. Na Microsoft Portugal 50% dos elementos da direção executiva são mulheres, as mulheres representam 31% dos nossos people managers. Na região da Western Europe, na qual Portugal está inserido, em 12 mercados, 7 são liderados por mulheres.

Antes de mais, neste Dia Internacional da Mulher, importa lembrar que quanto mais diversas e inclusivas forem as equipas, melhores resultados terão. Serão mais criativas, mais competentes, mais equilibradas quanto mais equitativas forem. Privilegiar um género em detrimento de outro reduz o potencial em qualquer organização.

Mas há que reforçar também que, sendo importante que as organizações encontrem nas mulheres os perfis que necessitam, para isso também é preciso primeiro que elas tenham as competências que o novo paradigma está a exigir. É preciso encorajá-las, e dar-lhes acesso à informação sobre esta profissão – que é verdadeiramente apaixonante.

Qualquer pessoa que queira ter impacto no mundo é através da Tecnologia que o conseguirá! Hoje, o conselho que deixaria a todas as raparigas que estão a ler este artigo é apenas este: não te esqueças de T.I. (conforme slogan de uma campanha da Secretaria de estado Ciência Tecnologia e Ensino Superior e da APDC no Congresso em Setembro de 2017).

(*) Diretora-geral da Microsoft Portugal