Por Daniel Ledo (*)
Nos dias de hoje, em que a palavra de ordem é tecnologia e onde cada vez vemos mais progressão nesse sentido, questionamos como será a vida daqui a 20 anos. O avanço tecnológico é algo que temos de monitorizar e acompanhar de perto. Inteligência artificial, robôs do futuro, realidade virtual, computação quântica e energia, aliada à mobilidade e à sua sustentabilidade, estão entre os temas mais abordados.
Vivemos numa época onde se esperam transformações rápidas e inovadoras, que vão gerar alterações profundas no nosso modo de estar, na forma como nos relacionamos e principalmente na forma como vivemos, e é sobretudo nesta última que surgem as maiores preocupações nos dias de hoje e onde a mobilidade tem um papel fundamental. As pessoas precisam de se movimentar para as cidades, principalmente para trabalhar, mas também para realizar outras atividades. A forma como esses movimentos acontecem pode ter impacto direto nos níveis de stress e noutras condições dos indivíduos.
Novas alternativas ao automóvel continuam a ser discutidas. Após três anos de pandemia, a bicicleta tornou-se a opção de muitas pessoas como principal meio de transporte. Para além de ser sustentável e amigo do ambiente, começar a pedalar é uma cultura que envolve uma mudança de pensamento, de estilo de vida e de consciência em relação ao espaço urbano.
As cidades estão cada vez mais preparadas para oferecer essa alternativa, com segurança e conforto para a população. A bicicleta é por isso uma grande aliada da mobilidade urbana, tornando o trânsito mais coeso e fluido, conferindo-lhe agilidade. Além disso, incentivar o uso deste meio transporte é evitar congestionamentos e gastos com o infraestruturas rodoviárias, necessário quando existe um grande fluxo de veículos.
Para responder às necessidades não só das cidades que se tornam cada vez mais inteligentes, mas sobretudo às dos seus utilizadores, a bicicleta também não fugiu à evolução dos tempos. Hoje encontramos cada vez mais soluções e modelos, desde as 100% elétrica às semieléctricas, que vão ao encontro das necessidades de cada consumidor.
Todas elas partilham algo em comum: a possibilidade de uma integração mais clara e forte com o mundo tecnológico, dispondo de soluções IoT e de conectividade, que lhes acrescenta inúmeros benefícios. Estes meios de transporte são capazes de identificar diversos dados de comportamento, vias, direção, padrões, conseguindo depois processar todos esses dados e transformá-los em informação, tangível numa ação, relatório ou até numa solução. A e-bike conectada impulsiona os ciclistas a uma nova era para otimizar o seu desempenho e oferecer a melhor experiência de mobilidade.
A deteção de roubo é talvez o caso de uso número um para essas tecnologias, mas há vários usos secundários, como impor limites de velocidade de geofencing e serviços de monitorização remota para problemas de manutenção. Embora a segurança seja o principal caso de uso para as tecnologias de IoT em bicicletas, as possibilidades até onde levar esses recursos são vastas, fazem com que as e-bikes se apresentem cada vez mais com sistemas robustos e conectados, que após serem adicionados recursos de atualização de software, podemos mesmo afirmar que se trata de um computador sobre rodas.
As ebikes ganham cada vez mais espaço nas cidades como uma opção segura e saudável de locomoção, tornando mais fácil percorrer longos trajetos sem grande esforço. Transformar este antigo meio de transporte no veículo do futuro é já uma certeza no mundo da mobilidade moderna. Os grandes avanços estão agora na conectividade e na eletrónica. Por exemplo: a necessidade de o consumidor otimizar o trajeto leva a que sejam desenvolvidas funcionalidades como o planeamento de rotas, soluções que aliam a praticidade com a diversão de andar de e-bike.
No futuro também as características materiais destas bicicletas vão refletir o desenvolvimento tecnológico: quadros de fibra de carbono e de alumínio ultraleves, transmissões cada vez mais precisas e eletrónicas, sistemas eletrónicos de medição e controlo, e suspensões com alta leitura de terreno, vão proporcionar uma melhor leitura das pequenas irregularidades do terreno e mais conforto. Esta conexão entre o mundo físico e a internet possibilita a realização de uma série de tarefas que eram inimagináveis há alguns anos.
Na última década houve um aumento significativo na venda de bicicletas elétricas por todo o mundo. É previsível que este número aumente, pois existe uma forte aposta neste mercado por parte dos governos de todo mundo. Em Portugal, está previsto pare este ano, a continuação do incentivo à compra de veículos elétricos e de veículos de mobilidade suave (que possibilitem deslocamentos urbanos de forma ecológica e sem emissões). Isto é válido para carro, moto elétrica, bicicletas (elétricas ou não) e outros ciclomotores. Se até aqui ter uma ebike era uma opção, hoje é cada vez mais uma certeza na mobilidade urbana sustentável.
(*) R&D Engineer Bosch Security Systems, Ovar
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