Por: João Paulo Fernandes (*)
Esta é uma das grandes questões atualmente no mundo das telecomunicações. A nível mundial, é cada vez maior o número de operadores de redes móveis que estão a tirar partido da evolução para o 5G, para começarem a experimentar fazê-lo evoluindo em simultâneo para uma estrutura de rede móvel mais inteligente, virtual, aberta e interoperável, como aquela que é facultada pela tecnologia Open RAN (Radio Access Network). Prova disso é o crescimento um pouco por todo o mundo dos projetos-piloto visando a adoção de tecnologias virtualizadas Open RAN.
Estas tecnologias baseiam-se na utilização de equipamentos de rede maioritariamente compostos por hardware genérico (COTS) e software que implementa protocolos abertos para a interligação dos diferentes componentes da rede móvel, de acordo com as especificações padronizadas da O-RAN ALLIANCE (https://www.o-ran.org/). Esta organização é composta por Operadores de Telecomunicações e Fabricantes e trabalha no sentido de definir standards e software aberto para as redes de acesso rádio, que permitam criar um ecossistema de fornecedores mais diverso, competitivo e dinâmico, que acelere a inovação e com isso melhore a experiência de utilização das redes móveis.
Esse ecossistema de fornecedores já conseguiu reunir um grande número de empresas, entre as quais a NEC, que procura diariamente demonstrar os benefícios do novo conceito de Open RAN a Operadores de todo o mundo, a partir do seu Centro de Excelência para esta tecnologia, sediado no Reino Unido. Tirando partido deste Centro, a NEC começou já a implementar e testar esta tecnologia junto de alguns grandes Operadores de Telecomunicações, como a Telefonica, a Vodafone, a O2 e a Rakuten Mobile. Com este último Operador, a NEC tem em curso um projeto conjunto ambicioso para o desenvolvimento de uma rede core 5G autónoma e contentorizada, a ser utilizada na rede 5G totalmente virtualizada e nativa na cloud da Rakuten Mobile.
O Open RAN virtualizado traz aos Operadores a promessa de redes de acesso radio mais abertas, diversas, escaláveis e adaptáveis ao rápido lançamento de novos serviços, vantagens que cada vez mais operadores estão determinados em testar e explorar. Este novo conceito, por via da virtualização da rede, muda o foco da operação das empresas de comunicações móveis dos sistemas de transmissão de dados (rede), para os sistemas de processamento de dados (TI), o que representa para todos os Operadores um importante desafio em termos de novas competências e dos recursos humanos que cada vez mais serão necessários para a operação e gestão da sua rede.
No futuro, à medida que a adoção do Open RAN se for materializando e generalizando, iremos ter assim ter Operadores Móveis capazes de oferecer novos serviços e produtos de forma mais rápida e dinâmica, mas também mais preocupados com a seleção e integração das múltiplas ofertas e produtos que o ecossistema de fornecedores Open RAN lhes permitirá obter, e, portanto, mais próximos da integração de sistemas do que da mera seleção de umas poucas soluções monolíticas e fechadas.
O Open RAN vai trazer ao mercado uma enorme oportunidade de alteração do paradigma de funcionamento dos Operadores de Telecomunicações. Esta tecnologia vai evoluir a arquitetura das redes, com redução dos custos de manutenção e aumento de flexibilidade operacional para rapidamente escalar e lançar novos serviços. A NEC tem estado na vanguarda do desenvolvimento e teste do Open RAN e das redes virtualizadas para 5G e continuará a trilhar esse caminho, na certeza de que é atualmente aquele que melhor pode ajudar os Operadores de Telecomunicações a evoluir as suas redes no sentido de oferecerem aos seus clientes serviços mais competitivos e atrativos.
(*) Diretor-Geral da NEC Portugal
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