Por João Paulo Carvalho (*)
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Os números mais recentes da Economia apontam para uma retoma económica de Portugal, um desempenho para o qual contribuiu o forte incremento da exportação de bens, que têm assumido um papel chave no equilíbrio das contas nacionais e na recuperação da actividade económica.
Entre outros sectores, Portugal tem-se destacado ao longo dos últimos anos também na área tecnológica, na sequência de uma aposta feita na transição do século de equiparar Portugal aos seus congéneres Europeus no investimento feito em Ciência e Tecnologia, algo que foi uma constante nos últimos anos e permitiu a criação de um sector tecnológico vibrante e com um conjunto sustentável de novos projectos.
Em consequência deste investimento continuado, Portugal regista desde 2012 um superavit da Balança Tecnológica, um feito impensável há alguns anos atrás.
Dentro deste global, o sector TIC tem registado também um crescimento assinalável e neste momento, segundo dados do INE de 2011, o setor representa 6% do VAB, 3,7% do Volume de negócios e 1,6% do pessoal ao serviço do setor empresarial, sendo habitualmente profissionais com elevadas qualificações.
A importância do sector mede-se muito para além destes números, uma vez que as tecnologias de informação e comunicação estão, de forma crescente, presentes em todas as actividades económicas e em todos os sectores, sendo inclusivamente fulcrais em inúmeros setores, da Saúde à Educação, da mobilidade e à energia, entre muitos outros. E podem proporcionar uma importante vantagem competitiva às empresas industriais que saibam tirar partido do seu potencial para agilizar processos e reduzir ciclos de inovação e desenvolvimento, entre outros impactos.
Um recente estudo publicado na Strategy + Business (America’s Real Manufacturing Advantage), a conceituada publicação da consultora Booz & Company Inc., refere que os novos processos e produtos de software que têm vindo a ser desenvolvidos nos EUA para empresas industriais irão proporcionar-lhes claras vantagens competitivas no panorama mundial, ao intervirem num conjunto de pilares chave – design de produtos, planeamento de produção, engenharia, execução e serviço. O mesmo pode ser dito de software que permita optimizar processos nas áreas da Saúde, Educação, Agricultura, Distribuição, etc.
Transpondo este exemplo para a nossa realidade nacional, o software criado em Portugal pode também assumir-se como uma alavanca de competitividade e desenvolvimento para as empresas nacionais, especialmente as ligadas às principais apostas de desenvolvimento nacional, os Pólos de Competitividade. E, conforme referi anteriormente, o País tem condições únicas para, potenciando o conjunto de empresas nacionais que desenvolvem produtos competitivos para os mais variados sectores, apoiar o restante tecido empresarial no seu esforço de inovação e competitividade, dos sistemas de gestão e scorecards de negócio para a gestão até aos sistemas de optimização de produção, entre uma miríade de outras opções.
Para concretizar este potencial, é necessário criar um enquadramento favorável ao crescimento das empresas, incluindo sempre que possível a opção por software desenvolvido por empresas nacionais.
Ao apostar no desenvolvimento de produtos e tecnologias ao serviço dos negócios dos Clientes do Setor Público e Empresarial, estamos a criar vantagens competitivas únicas, em contraponto a uma lógica de implementação de tecnologias de terceiros. Desta forma, cria-se valor acrescentado nacional, desenvolve-se um conjunto de conhecimentos que pode ser internacionalizado e apoia-se a criação de empresas e marcas nacionais com potencial de alcance global. Para tal, é necessário mudar a mentalidade vigente, incentivando a escolha de produtores nacionais sempre que tal seja possível ou, pelo menos, não discriminando empresas nacionais em detrimento de outras internacionais.
Existe um corpo de conhecimento e de competências sólido e forte em Portugal que, devidamente estimulado e apoiado, levará Portugal a um nível superior de desenvolvimento, assente numa estratégia bem definida, como está aliás identificado nas prioridades do TICE – Pólo de Competitividade das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica. Acreditamos que este é um futuro desejável e possível, que podemos construir em conjunto – Empresas e Estado – num ciclo positivo de crescimento e afirmação nacionais.
(*) Senior Partner da Quidgest
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