Por Bruno Salomão (*)

Há uns anos, observámos um boom gigante no que respeita a nascimento de blogues das mais diversas áreas, desde o lifestyle à economia. Foram poucos os que resistiram até aos dias de hoje e que se mantêm ativos, apesar dos resistentes terem, na sua maioria, uma audiência fiel que acompanha todos os artigos. Obviamente não será surpresa que admitamos a substituição dessas plataformas pelas redes sociais com uma incidência bastante grande no Instagram. Poderíamos prever que 2021 seria o ano do microblogging no Instagram mas mais que uma tendência, existe uma necessidade dos criadores de conteúdos produzirem cada vez mais em multiformato e com uma dinâmica que antes não era necessária, refletindo a própria exigência do leitor, onde impera a importância de uma boa qualidade de conteúdo, e autenticidade.

Apesar deste aumento exponencial de informação e presença digital, especialmente no Instagram, os influenciadores acabam por ter um papel fundamental no combate à desinformação nas redes sociais. Aliás, para alcançar aquele que é o conteúdo recomendável de qualidade que cria engagement, muitos influencers são incentivados através de remunerações que, ao contrário do que se pensa, mantêm essa autenticidade dos conteúdos.

Na verdade, não é por existir uma compensação financeira ou através de produto, que o conteúdo deixa de ser autêntico porque, se assim fosse, nenhum meio publicitário teria impacto, visto que todos têm um custo e investimento. Se queremos bons conteúdos, genuínos e muitas das vezes baseado num drive de comunicação, então é necessário existir uma compensação, já que existe um esforço e investimento por parte dos criadores de conteúdos.

Assente na importância destes conteúdos genuínos e com qualidade, os influencers de 2021 devem continuar a ser genuínos, dedicados e atentos à disciplina do Marketing de Influência. Perceber como podem melhorar, day-by-day e não pensarem que é um dado garantido. Perceberem o que as marcas querem e transmitirem precisamente as suas key messages é um catalisador para criar uma campanha de sucesso. Existindo este "balance", acredito que os resultados serão melhor para ambos os lados.

Quanto às marcas, cada uma deve ter o papel de avaliar o que comunica, para quem e como uma vez que, se o conteúdo for relevante e de interesse, terá garantidamente público que se refletirá num retorno. Além disso, as marcas devem ser pioneiras, aventureiras e diferenciadoras em termos de comunicação, especialmente no universo do Marketing de Influência. Por vezes, percebemos que existe um drive que é seguir os demais, quando a diferenciação é o motor de uma campanha. Esta ferramenta, que é o marketing de influência, deve ser vista enquanto um canal de estratégia e não como uma aventura, como uma maratona e não como um sprint.

(*) Country Manager na SocialPubli