Por António Arnaut (*)

A Internet of Things (IoT) está longe de ser uma sigla futurista. Já está perfeitamente instalada entre nós, ainda que de uma forma silenciosa e quase transparente para as pessoas, e deverá cimentar os seus alicerces em todo o mundo este ano, de acordo com a Forrester Research. Aliás, há muito que já estamos cercados por algumas “coisas inteligentes”. Vivemos 24/7 num mundo cada vez mais inteligente que está always on e em permanente evolução.

Durante o dia trabalhamos em espaços e edifícios inteligentes que registam cada passo, analisam tendências, antecipam necessidades e disponibilizam todas as ferramentas que necessitamos para o nosso bem-estar pessoal e profissional. Visitamos espaços comerciais que conhecem cada vez mais de perto os seus clientes, e que por isso conseguem criar ofertas personalizadas com base nos seus gostos e perfil de consumo. Viajamos em carros inteligentes, ligados à internet, que facilitam a condução e a gestão de todo o equipamento, e que nos mantêm ligados ao trabalho, à família e aos amigos.

No final do dia chegamos a uma casa inteligente equipada com dispositivos inteligentes criados para satisfazerem todas as necessidades dos diferentes membros da família de uma forma quase automática. Uma casa que está numa SmartCity com sensores, sistemas e soluções conectadas que otimizam a gestão de toda a cidade e os serviços prestados aos cidadãos em áreas chave, como a saúde, a educação e os serviços públicos.

A ponte de ligação entre o cidadão e o mundo inteligente é o smartphone. O velho telemóvel criado para as comunicações de voz e de texto é hoje um equipamento inteligente que é visto como um bem de primeira necessidade, uma ferramenta de trabalho, um ajudante pessoal, um acessório absolutamente imprescindível.

O que suporta tudo isto? Uma rede de comunicação de alta velocidade suportada pela transferência e partilha de dados. O aumento exponencial de utilizadores de telemóveis, smartphones e de ligações da Internet of Things, o aumento da velocidade de rede e o maior consumo de vídeo móvel, multiplicarão por sete o tráfego de dados móveis nos próximos cinco anos.

O Relatório Visual Networking Index da Cisco sobre o Tráfego Global de Dados Móveis mostra que este vai representar 20% do tráfego IP total em 2021, percentagem que era de apenas 8% em 2016. Aliás, o número de dispositivos conectados (12 milhões) irá ultrapassar a população mundial estimada (7.800 milhões). A IoT vai ainda aumentar significativamente o número de ligações M2M (machine to machine) que, a par com os milhões de smartphones, irá aumentar exponencialmente a pressão sobre as redes de comunicação.

O 4G vai continuar a suportar a maioria das ligações móveis em 2021 e vai ser responsável por 79% de todo o tráfego de dados móveis. No entanto, este crescimento da conectividade móvel vai acelerar a entrada do 5G para garantir mais velocidade, menor latência e capacidade de provisão dinâmica.

A mudança de todo o cenário das comunicações vai obrigar as operadoras a criarem pacotes e serviços cada vez mais ajustados às necessidades de dados dos seus clientes, sejam eles particulares ou empresariais. A oferta vai ser tendencialmente mais atrativa em termos de preço e mais generosa no volume de dados. O caminho está traçado para uma tarifa plana de dados móveis, como já acontece no fixo? Possivelmente. As apps, o vídeo, a interação com os wearables e com outros dispositivos inteligentes, as redes sociais, o streaming de conteúdos de alta qualidade, os jogos, a realidade virtual e a realidade aumentada vão fazer crescer significativamente o tráfego móvel, e por conseguinte a procura por ofertas centradas nesta área. Atualmente a Lycamobile e os restantes operadores estão atentos à evolução do mercado e a todas as tendências para proporcionarem aos seus clientes soluções adaptadas a este novo mundo e às suas exigências.

A IoT vai liderar uma transformação profunda do mundo que conhecemos. O aumento do tráfego de dados e a consequente análise de toda a informação vai revolucionar o marketing, o comércio, as indústrias, a agricultura e demais setores tradicionais, a saúde, a educação, a segurança, a governação, o desporto, o lazer e tantas outras áreas da sociedade.

A IoT é já o presente. O futuro está reservado para a Internet of Everything.

(*)  Country Manager da Lycamobile