Por Felippe Siqueira (*)
Sejamos sinceros: apesar de outsourcing ser já um conceito mais que conhecido, utilizado e com inúmeras provadas dadas no mercado, ainda gera algum ceticismo e desconfiança no mercado, principalmente se estivermos a falar de um outsourcing garantido à distância, por empresas “menos conhecidas”, que estão noutras geografias.
E isto não é uma crítica. Quando trabalhamos diariamente em prol da qualidade de serviço, e escolhemos ter como parceiros aqueles que realmente nos ajudam a estar na linha da frente do mercado, temos de ser exigentes. E, neste caso, tem de haver um esforço de ambas as partes.
Parte desta desconfiança é cultural. Trabalhamos em diferentes mercados e esta diferença é notória. Vivemos num mercado global, mas não podemos ter estratégias globais.
Cabe às empresas ultrapassar alguns dos mitos do Outsourcing, mas, essencialmente, cabe aos prestadores de serviços criarem processos e modelos de trabalho que se ajustem à realidade das diferentes organizações e mercados e transmitam esta confiança.
Porque quando não o fazem, “paga o justo pelo pecador”, e muitas empresas acabam por descurar serviços e equipas/profissionais de alta qualidade por pormenores e pequenos entraves. É importante que os prestadores de serviços tenham equipas estáveis, de alta qualidade e experiência, onde a rotatividade de profissionais seja baixa. A mudança de equipas a meio de um projeto pode comprometer a qualidade do serviço ao cliente e até prejudicá-lo.
A agilidade e flexibilidade são cada vez mais ingredientes importantes. Não importa se o trabalho é remoto e se está a ser prestado a partir de outro país, se for necessário deslocar um profissional ao cliente ou ao terreno o prestador tem de conseguir garantir isso. Até porque existem áreas de mercado mais exigentes que outras.
A indústria do outsourcing aproveitou os anos de pandemia como uma oportunidade para transformar os seus modelos e emergir mais forte do que nunca. Mas não pode ficar presa a comportamentos do passado.
Em Portugal o Outsourcing é quase “obrigatório” para uma empresa que pretende crescer. A competitividade é grande e as exigências dos mercados são incomportáveis para a maioria das organizações endereçarem com recursos internos.
E este modelo é o vencedor para qualquer empresa que pretenda crescer na economia digital – parcerias de sucesso que contribuem com competências diferentes para um bem comum. Mas no trabalho colaborativo não podem existir falhas de comunicação, falta de transparência e de ética profissional. As empresas de Outsourcing têm de trabalhar como uma extensão da equipa do cliente. Não há espaço para estrelatos e palcos principais. O sucesso depende disso.
A pouca eficiência e transparência das empresas de Outsourcing não pode nunca comprometer a reputação dos seus próprios serviços.
(*) CEO e Co-Founder da WEDOIT
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