Outsourcing de TI Inteligente

Por Francisco Lopes da Fonseca (*)

Se é um gestor, um director de sistemas de informação ou um responsável de uma área ligada às tecnologias de informação depara-se certamente com a questão da redução de custos sem perder a qualidade da gestão de projecto? Com o know-how tecnológico da equipa envolvida? Com a dificuldade em gerir as carreiras dos seus colaboradores? Com o acompanhamento feito pelas empresas suas parceiras? Com a multiplicidade de conhecimentos que necessita para a sua empresa? Ou com tudo isto.

O Outsourcing Inteligente nas TI´s preconiza o conhecimento do negócio do cliente, a experiência tecnológica em projectos semelhantes e, acima de tudo, uma metodologia onde todos os consultores em regime de Outsourcing, desde o gestor de projecto, o chefe técnico, os analistas e os técnicos (programadores ou de infra-estruturas), possam reportar e passar conhecimento para o cliente final. Desta forma, são capitalizados todos os factores, é transferido para as empresas especializadas o ónus da formação, da colocação dos colaboradores em projecto no final deste, da gestão da carreira desses colaboradores, da gestão técnica do projecto, tudo isto maximizando o âmbito e a qualidade, e minimizando o tempo e o custo.

As empresas que recorrem ao Outsourcing de TI são aquelas que eminentemente vivem em ambientes de uma grande dinâmica sectorial, de hostilidade concorrencial, e que não têm tempo para formar uma equipa 100% ajustada cada vez que precisa de responder a um desafio, também ele, num horizonte temporal restrito à partida. Seja ele um produto bancário, de telecomunicações, da indústria farmacêutica ou energética, de carácter regulamentar ou legal nos serviços, etc.

São empresas que usufruirão de uma vantagem competitiva por desenvolver um determinado sistema de informação com um limite de vida delimitado no tempo e que logo terá concorrência. Consequentemente, terá igualmente uma pressão sobre a rentabilidade que este proporciona. Para tal os custos de I&D são controlados à partida permitindo maximizar a retorno do investimento desse projecto, estimado recorrendo a um ambiente financeiro controlado.

Para que tudo isto não passe de romantismo neo-liberal, as empresas que confiam parte do seu sucesso a terceiros têm exclusivamente que delegar e controlar. Para tal, nada melhor que estabelecer desde o inicio reuniões periódicas de controlo de projecto, com metodologias próprias, onde a definição iterativa do âmbito e das respectivas tarefas se torna possível devido ao ownership do projecto estar do lado do cliente, podendo este decidir por alterações de âmbito e de ter possibilidade de partilhar do risco.

(*) Administrador Executivo da Mind Source, do Grupo SetCom