Por Gustavo Homem (*)

[caption]Gustavo Homem[/caption]

Estamos num momento que poderá ser de viragem para o sector dos conteúdos digitais em Portugal.

Temo, no entanto, que essa viragem não seja na direção certa.

Foi aprovada em plenário a Lei da Cópia Privada sem que tivesse sido sequer debatida a petição que
a esta se opõe. O consumidor está a ser abertamente pirateado pelo lobby da cassete que à falta de
argumentos com classe apostou no método de força bruta, abalroando pelo caminho meio
Parlamento e a noção de bom senso em democracia.

A história contemporânea tem-nos mostrado que o uso de força bruta contra civis inocentes resulta
geralmente na radicalização dos moderados. É assim que em vez de se capturarem os indecisos para
perto dos artistas, por via de melhores e mais variados serviços digitais, se remetem os moderados
para o lado contrário, por via de uma taxa extorsionária e desligada da realidade actual.

Face a esta disparatada situação, que dirão os portugueses aos autores de todo o mundo? Talvez “não contem comigo”. Isto porque os autores de todo o mundo já irão receber a receita indirecta das nossas fotos de férias que, espera-se, lhes permitirá sobreviver sem mais lamúrias. Pela minha parte
tomei uma medida equitativa: suspendi todas as compras de conteúdos digitais.

Para memória futura, e prestes a pagar taxa, fica registado que:

Vale a pena ver o vídeo do momento decisivo. Antes das próximas eleições talvez devamos tirar
ilações.

Nota: o vídeo foi carregado para o Youtube por David Crisóstomo, a quem se agradece já que no
site do do Parlamento parece difícil, senão impossível, encontrar o arquivo de discussões
parlamentares.

(*) Diretor da angulo sólido

Nota da Redação: foi feita uma pequena correcção na referência às compras de conteúdos digitais.