Por Marcelo Nascimento (*) 

A segurança cibernética é um desafio constante para as empresas nos dias de hoje. Embora a tecnologia possa ajudar a proteger contra ameaças digitais, a verdade é que as pessoas são frequentemente o elo mais fraco na defesa de segurança de uma empresa. É por isso que é fundamental ter uma forte cultura de Human Firewall em vigor.

Esta pode ser referida ao uso da educação e formação para evitar que os funcionários exponham involuntariamente ou intencionalmente uma organização a ameaças cibernéticas e se mantenham vigilantes às mesmas. Isto pode incluir a formação dos funcionários sobre como reconhecerem emails de phishing ou lidarem corretamente com informações sensíveis, como usarem software e protocolos de segurança e reportarem atividades suspeitas para que a empresa possa tomar as medidas adequadas. Além disso, as organizações podem implementar políticas e procedimentos para garantir que os funcionários estejam cientes das suas funções e responsabilidades no que toca a manter a segurança da rede e dos dados da organização.

Os cyber criminosos estão-se a tornar cada vez mais sofisticados nas suas estratégias de ataque e por isso, é importante implementar uma cultura deste tipo. Estes usam táticas de engenharia social como emails de phishing de forma a enganar os funcionários para que estes forneçam informações sensíveis ou acessos à rede de uma empresa. É então fundamental ter uma forte cultura de Human Firewall em vigor. Ao educar e formar os colaboradores sobre como reconhecer e responder a este tipo de ataques, as empresas podem reduzir drasticamente o risco de uma violação de dados.

Nesse sentido, adotar uma cultura de Human Firewall requer uma abordagem abrangente. Isto inclui dar formações e campanhas de consciencialização regulares à equipa, realizar simulações de ataques phishing e ransomware, implementar políticas e procedimentos de segurança e fornecer aos colaboradores as ferramentas e recursos necessários para que estes se possam manter em segurança no digital.

Já existem algumas empresas que estão a trabalhar sobre uma cultura deste tipo na Europa, como é o caso de uma das maiores empresas de petróleo e gás da Europa, a BP, que implementou uma cultura de Human Firewall para proteger a sua rede contra ameaças cibernéticas. De forma a garantir que todos na organização estão cientes das suas responsabilidades de segurança, foram definidas formações regulares para todos os funcionários e estabelecida uma política de segurança sólida.

Podemos concluir que, a adoção de uma cultura de Human Firewall nas empresas é essencial para proteger as mesmas contra ameaças cibernéticas. Ao capacitar os funcionários com conhecimento e formação, as empresas podem reduzir o risco de perda de dados e prevenir exposição intencional ou não intencional a ataques. Esta cultura deve estar incorporada nas políticas e procedimentos da empresa e deve ser reforçada por meio de campanhas regulares de formação e consciencialização. Um Human Firewall não se trata apenas de implementar tecnologia, mas sim de criar uma cultura de consciencialização de segurança que envolva todos na organização. Ao investir nos seus colaboradores, as empresas podem garantir uma defesa segura e transparente contra ataques cibernéticos e proteger os seus ativos mais valiosos.

(*) Cybersecurity, agap2IT