Programas governamentais impulsionam crescimento do mercado de PC's desktop e portáteis
Por Gabriel Coimbra *

Apesar do crescimento exponencial do uso das TI pela população, empresas e pela própria Administração Pública, à medida que o mercado de TI se desenvolve, o seu desempenho vai estando cada vez mais associado ao desempenho médio da economia.

No entanto, e contrariando a influência dos indicadores económicos, dois programas governamentais estão a influenciar decisiva e positivamente o mercado de PCs desktop e portáteis em Portugal.

No caso dos portáteis, o programa "e.escolas", inserido dentro do "e.iniciativas", tem sido o principal impulsionador das vendas de portáteis em Portugal. Mais concretamente, e para além de contribuir directamente para as vendas de máquinas, o programa e.escolas tem um impacto muito significativo no crescimento dos mercados devido à nova dinâmica que impôs ao mercado, quer pela "criação" de um novo canal de vendas via operadores móveis, quer pela pressão que faz no preço global dos Portáteis.

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Como consequência deste programa, Portugal é actualmente o país da Europa onde se vendem proporcionalmente mais portáteis no segmento de consumo (82%), e o que tem apresentado crescimentos trimestrais sempre acima dos 50%, desde o lançamento do programa "e.escolas" no segundo semestre de 2007.

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No que toca ao mercado de desktop, o Plano Tecnológico da Educação (PTE), que prevê a aquisição de mais de 110 mil PCs em finais de 2008 e 2009, voltam a colocar o crescimento do segmento de PCs de secretária em terreno positivo. A IDC prevê que o valor do mercado passe de um decréscimo de 8,4% (se não houvesse PTE) para um crescimento de 1% em 2008 e de -7,4% para 5,1% em 2009, respectivamente.

Para além do impacto directo nas taxas de crescimento do mercado, a IDC acredita que outros efeitos se farão sentir ao nível da competitividade do mercado, prevendo-se que os fornecedores de equipamentos, software e serviços alterem significativamente a sua oferta em termos de inovação, diversificação e qualidade.

Fica para uma futura análise o programa "e.escolinhas", que certamente também terá um impacto significativo ao nível das vendas e da competitividade do mercado.

* Research & Consulting Director, IDC Portugal