Por Nuno Ruivo (*)
Nos dias de hoje, a migração para a nuvem tornou-se numa parte fundamental dos planos estratégicos, a médio prazo, para muitas empresas. De acordo com um recente estudo* sobre a modernização e crescimento na nuvem, 80% das empresas reconhece a importância da "Journey to Cloud", isto é, o processo de moverem as suas operações de negócios para um ambiente baseado na nuvem.
Embora essa migração possa representar um desafio, os benefícios da escalabilidade, flexibilidade, eficiência e acesso a novas tecnologias são fatores que incentivam as empresas a embarcarem nessa jornada.
No entanto, a verdade é que para uma migração bem-sucedida, é crucial que as empresas se foquem na inovação tecnológica de uma forma orientada e com uma perspetiva empresarial. Um estudo recente identifica sete pontos fundamentais a serem considerados ao realizar essa transição para a nuvem, independentemente da empresa ou do setor.
Vamos analisá-los 1 a 1:
1º. Definir o caso de negócio: em primeiro lugar, é necessário fazer uma análise profunda da organização para definir um caso de negócio claro. Este caso deve estabelecer objetivos de negócio e não apenas as metas tecnológicas. Por exemplo, objetivos como "melhorar a experiência do cliente," "aumentar a velocidade de lançamento de novos produtos" ou "reduzir custos operacionais" devem fazer parte da lista de prioridades.
2º. Seleção de aplicações: determinar quais são as aplicações que estarão envolvidas na migração para a nuvem, tendo em consideração os desafios de implementação que possam afetar a empresa. Isto pode envolver a otimização das aplicações existentes para ambientes de nuvem ou até mesmo a modernização de sistemas legados para funcionarem na nuvem.
3º. Criação de cenários: é fundamental o desenvolvimento de cenários de implementação que considerem não apenas os aspetos técnicos, mas também o impacto que podem ter na organização, incluindo as fases, funções, métricas, pessoal, orçamentos e objetivos esperados. Os cenários identificados irão servir como um guia para toda a jornada de transição para a nuvem.
4º. Escolha do parceiro: basear a escolha de parceiros de serviços de computação na nuvem nos critérios definidos no caso de negócio, nas aplicações e nos cenários. Atualmente, o mercado oferece uma variedade de opções, incluindo hiperescaladores e soluções especializadas em diferentes funções empresariais ou setores.
5º. Formação interna: preparar a equipa interna para a transição para a nuvem. Além das questões técnicas, é essencial comunicar a importância da nuvem em termos de colaboração, atendimento ao cliente, utilização de recursos tecnológicos e segurança da informação. Paralelamente, o desenvolvimento contínuo do talento interno – através de upskilling e reskilling - é fundamental para o sucesso de qualquer empresa.
6º. Migração: realizar a migração das operações de negócios para o ambiente de nuvem escolhido. Esta mudança pode envolver diferentes arquiteturas ou modelos, como nuvem privada, pública, híbrida ou multicloud.
7º. Análise pós-migração: Após a migração, a empresa deve realizar uma análise detalhada, monitorizar o desempenho em relação ao plano de implementação e avaliar o impacto nas operações e na cultura organizacional. Esta análise irá permitir fazer os ajustes necessários ao projeto de transição.
Mais do que uma decisão tecnológica, a transição para a nuvem é uma verdadeira decisão estratégica para as empresas que procuram prosperar num ambiente de negócios que se encontra em constante evolução.
Para mim, a escolha de um parceiro de nuvem alinhado aos objetivos do negócio e a preparação da equipa interna são dos passos mais críticos de todo este ciclo. A migração em si deve ser planeada de forma cuidada, considerando as diferentes arquiteturas de nuvem.
É muito importante que os líderes empresariais possam tirar partido da inovação que a nuvem lhes proporciona, mantendo o foco nos objetivos claros e no valor que essa transição traz ao negócio. Ao seguirem estes passos, as empresas podem desbloquear o potencial da nuvem para impulsionar a inovação e a eficiência, sustentando o seu crescimento e o sucesso de forma contínua.
(*) Responsável da unidade de Modernização Aplicacional da Minsait em Portugal
*Modernising and Growing in the Cloud [Modernizar e crescer na nuvem]
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