Por André Marques da Silva (*)
A posição mais conservadora e cética dos consumidores relativamente à importância de ter um smartphone de excelência tem sido cada vez mais ultrapassada e repensada tendo em conta o que este representa no nosso dia-a-dia. Se pensarmos bem, tudo o que hoje fazemos deriva deste pequeno objeto, na medida em que toda a nossa vida está dentro do mesmo. E, se dúvidas disto existissem, basta pensarmos no “desespero” dos utilizadores quando ficam sem bateria ou sem internet para corroborarmos este pensamento.
Precisamos de compreender que um smartphone de excelência, apesar de ser caro, não é só um bem de luxo, mas um bem de primeira necessidade. Logo, não devemos - nem podemos – desprezar o impacto que o dispositivo pode ter na melhoria da nossa qualidade de vida, justificando, em muitos casos, o seu preço. Ora, esta ideia vai ao encontro da crescente exigência de um público cada vez mais sedento por novidades, sendo também por isso que vemos as marcas a apostarem não só nos dispositivos que comercializam, como também em toda a experiência em torno da compra de um determinado produto deste segmento.
O sonho de ter um smartphone deve ser alimentado por toda a experiência à sua volta. Falo do produto, claro, mas também do seu packaging, do seu unboxing e das próprias lojas que acabam por ser um state of the art. Desde os móveis escolhidos à colocação dos produtos, passando pela cor e iluminação do espaço, tudo é pensado ao pormenor com o objetivo de oferecer ao consumidor uma experiência de compra única e que seja equiparada à perfeição do próprio produto adquirido.
Certo é que as marcas devem manter a aposta no pioneirismo dos produtos, no sentido de continuar a suscitar o interesse dos consumidores em investir, aliando a qualidade à inovação. Porém, o pioneirismo deve estar igualmente presente na experiência de compra pois, é aí, com toda a inovação tecnológica que hoje nos rodeia, que as marcas mais se podem distanciar. A Apple é uma marca única nesse aspeto, a experiência de loja é estudada ao mais ínfimo pormenor de forma a impactar os clientes de forma decisiva como é o caso do novo conceito APP ( Apple Premium Partner) que estreou em Portugal este agosto e é um regalo para os amantes do design e do retalho de tecnologia.
Por outro lado, o fator aspiracional deste tipo de produtos, aliado à experiência de compra única e próxima do consumidor desperta uma motivação extra nos utilizadores, indo ao encontro do papel fulcral que os smartphones desempenham, quer a nível profissional, quer em termos de lazer.
Só desta forma será possível continuar a acompanhar a evolução tecnológica. Temos de conseguir ter a capacidade de descodificar o que vai na cabeça dos consumidores, percebendo que toda a experiência de loja pode ser tão importante como o produto em si.
(*) CEO GMS-Store
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