Por Werner Vogels (*)

O Desporto faz parte da identidade humana, pois transforma o tempo, culturas e fronteiras físicas. Decorreu há pouco um dos eventos desportivos mais importantes de sempre – O Mundial de Futebol – no qual mais de 5 mil milhões de pessoas assistiram aos jogos.

Até agora, a transmissão televisiva tem tido um enorme impacto na evolução do desporto profissional, financiando o que é hoje uma indústria de 500 mil milhões de dólares. Mas estão no horizonte avanços tecnológicos revolucionários. Nos anos que se avizinham todas as modalidades vão sofrer uma transformação digital, e isto vai acontecer nas diferentes modalidades de desporto, desde o basquetebol das camadas juniores ao cricket profissional.

Empresas como a Veo estão atualmente a liderar os custos desta transformação, a criar tecnologias como machine learning, computer vision e processamento de fluxos, para reduzir a divisão digital entre atletas amadores e profissionais. A Veo não só criou uma experiência semelhante à transmissão, mas para espectadores de desportos amadores, como também construiu uma rede neural profunda que lhe permite criar automaticamente destaques a partir de transmissões de vídeo. Isto permite aos jogadores, treinadores e recrutadores encontrar facilmente jogadas chave, melhorar táticas, e partilhá-las de uma forma que antes não era possível.

Ligas de topo, como a Bundesliga e a NFL, começaram a utilizar transmissões de vídeo, wearables, sensores IoT, e outras funcionalidades, para análises e insights em tempo real, mas olhando para o futuro, estas capacidades continuarão a avançar, e as tecnologias tornar-se-ão uma força omnipresente em quase todos os desportos e a todos os níveis. Imagine um cenário em que um treinador pode utilizar a visão por computador e dados biométricos que são analisados na cloud, em tempo real, para avisar um jogador antes que ele tenha cãibras ou sofra um golo, substituindo-o pelo colega de equipa mais bem posicionado. Isto agora é mesurável, simultaneamente melhora a segurança do jogador e aumenta a competitividade do jogo.

Neste momento, as modalidades desportivas começam verdadeiramente a tornar-se um fluxo de dados, que podemos analisar e que permitem tomar decisões em tempo real, como por exemplo: sobre a hidratação do jogador; o movimento da bola; e a saturação do campo. Tudo isto agregado tem mais peso do que qualquer ferramenta atual, e traz mais inovação. Num futuro não tão distante, chegaremos a um ponto em que as equipas estão a executar constantes simulações durante cada jogo, permitindo-lhes prever melhor o impacto das suas decisões no momento. A tecnologia, por si só, tornar-se-á a base competitiva para o desporto profissional.

Seja pessoalmente ou num ecrã, a experiência dos adeptos também mudará. Os estádios adotarão rapidamente algumas das inovações que já existem em indústrias como o retalho – como as lojas Amazon Go –, onde o uso da visão por computador, a fusão de sensores e a aprendizagem profunda permitirão a entrada sem bilhetes e a compra de grab-and-go. Também começaremos a ver a próxima geração de sobreposição de dados e perceções em tempo real que descem ao nível do jogador, que aumentam o jogo e aproximam o desporto do que assistimos hoje em dia nos jogos de vídeo. A co-visualização e as experiências de visualização personalizadas continuarão a evoluir, criando ligações entre espectadores.

O mundo do desporto está atualmente à beira da maior revolução que alguma vez foi registada, e as tecnologias da cloud estão no centro desta mudança.

(*) Chief Technology Officer da Amazon.com

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