Televisão: O Futuro do Negócio

Por Nuno Fonseca (*)

Com o aparecimento da Internet o fim da televisão foi muitas vezes antecipado. A história repete-se. Com o surgimento da televisão muitos previram o fim da rádio e do cinema, mas muitas décadas depois estes ainda persistem. Mudaram os seus conteúdos, adaptaram o seu modelo de negócio e sobreviveram no novo contexto.

A resposta para o futuro da indústria de televisão encontra-se algures entre o novo televisor "activo" e as várias plataformas de distribuição de vídeo. Apesar do consumo de vídeo se tornar expressivo através do computador ou do telemóvel, o televisor continuará, nos tempos mais próximos, a ser o principal equipamento de consumo. Estará ligado à rede e permitirá o acesso a um infindável mundo de conteúdos. Permitirá também interacção, não só entre o utilizador e as suas redes sociais, mas também com a estação de televisão que lhe poderá dar muito mais do que um consumo passivo de vídeo, tirando partido de serviços interactivos e aplicativos próprios com acesso a mais conteúdos multimédia. Assistimos, afinal, a uma integração entre a Internet e a televisão, onde o televisor se transforma numa verdadeira estação multimédia e tira partido da Rede.

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A indústria de televisão terá de saber adaptar os seus conteúdos à nova realidade, indo ao encontro das características de cada equipamento, canal de distribuição e forma de consumo. A fragmentação da audiência é uma realidade. Nada de novo noutros mercados mais maduros, apenas uma evolução natural do mercado. Será, por isso, fundamental marcar presença nas várias plataformas onde está o consumidor e onde querem estar os anunciantes. A licença de emissão deixará de se apresentar, por si só, como uma vantagem competitiva podendo o consumidor, por exemplo, fazer zapping entre canais broadcast e outros emitidos via Internet aos quais o televisor permitirá aceder.

A nova era da televisão multiplica a complexidade da gestão do negócio. Será necessário distribuir através de vários canais, avaliar distintos modelos de negócio, lidar com várias formas de medir as audiências, inventar novos formatos de publicidade e formas de obtenção de rendimentos. Para ser bem-sucedido será necessário ter a informação certa em tempo útil e atenção aos indicadores para agir e decidir. A tecnologia desempenha, também aqui, um papel de relevo. Numa envolvente repleta de novas variáveis, os sistemas de informação terão um papel fundamental no apoio à gestão e às operações. Será através destes que será construído o painel de navegação do negócio, definindo e controlando os indicadores de performance relevantes para a implementação da estratégia e alcance das metas.

Estes são alguns dos pontos abordados na tese de mestrado "Análise da Performance Financeira por Segmentos para a Nova Era da Indústria de Televisão", que pode ser consultada na íntegra em www.nunofonseca.com.

(*) Product Development Manager na GISP

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