O objetivo é identificar para já os 25 candidatos, provenientes de cursos superiores em domínios com base forte de raciocínio lógico e matemático (como engenharias, matemática, física), que pretendam redirecionar a sua carreira para a área das TI, e o processo de seleção já teve início.

O programa Acertar o Rumo está assente num programa de formação intensiva, promovido pela Universidade de Coimbra, que tem uma duração de 10 meses e um custo de 2.850 euros, seguindo-se 12 meses de estágio remunerado.

[caption]Catarina Fonseca[/caption]TeK: A ideia de atrair jovens de outros cursos para as TI vem da falta de recursos disponíveis nesta área?

Catarina Fonseca:
Sim, sem dúvida. O mercado das tecnologias de informação apresenta ainda oportunidades de carreira, para quem decidir apostar nele, e acreditamos que esta tendência irá manter-se nos próximos anos.
Portugal tem necessidade de mais recursos técnicos para integrar projetos de desenvolvimento de software. A dificuldade de recrutar nesta área, em número suficiente para fazer face às necessidades, é aliás sentida pelas empresas que aderiram ao Programa. As empresas aderentes veem no Acertar o Rumo uma forma de recrutarem eficazmente ao mesmo tempo que se envolvem numa solução com vista à diminuição do desemprego em Portugal.

TeK: Como será feita a seleção dos 25 candidatos?
C.F.:
Este é um aspecto chave para o sucesso do Programa Acertar o Rumo. A seleção dos candidatos terá por base critérios técnicos (raciocínio lógico e matemático) e comportamentais (trabalho em equipa, orientação ao resultado, organização e comunicação). Serão realizadas provas individuais de grupo, como ferramenta de apoio à tomada de decisão, e também uma entrevista biográfica para confirmar a motivação real de cada candidato.

TeK: Quantas candidaturas esperam conseguir para o programa visto que existe um custo ainda elevado para a formação (2.850 euros)?
C.F.:
A nossa expectativa é termos pelo menos 500 candidatos. A fase de candidaturas está a decorrer pelo que todos os interessados poderão inscrever-se desde já em www.acertarorumo.pt.
Apesar da componente letiva ser paga pelos estudantes (curso de elevada qualidade ministrado pela Universidade de Coimbra), o Acertar o Rumo garante um estágio profissional remunerado, numa das empresas aderentes ao Programa. O estudante poderá ainda ativar uma linha de crédito à formação para financiar os seus custos durante os primeiros 10 meses.

TeK: O programa está aberto a mais empresas para além das que já aderiram?
C.F.:
O número de empresas que já aderiram ao Acertar o Rumo garante colocação para os 25 formandos da 1ª edição. Outras empresas interessadas podem sempre contatar-nos para aderirem a esta ou a futuras edições do programa.
Na verdade, o entusiasmo com que as empresas aderentes receberam o Acertar o Rumo foi determinante para alavancar esta iniciativa. É uma segurança extra para os estudantes o facto de terem à sua espera empresas como a Critical Software, o BPI, a Novabase, a PT Comunicações, a AIRC, o Grupo Portucel Soporcel, a ISA, a Present Technologies e a RedLight Software. A realização de um estágio profissional numa destas empresas permite aos estudantes iniciarem de forma efetiva a sua carreira profissional no mercado das TI permitindo-lhes começarem a pagar o empréstimo que possam ter contraído na fase letiva.

TeK: O vosso objetivo é dar continuidade nos próximos anos a esta iniciativa? E pretendem manter os mesmos números ou alargar os participantes?
C.F.:
Pela seleção criteriosa à entrada, envolvimento do estudante na construção do seu futuro (pagamento da formação) e pela garantia de estágio profissional remunerado, o Acertar o Rumo apresenta-se como uma iniciativa inovadora em Portugal, servindo a primeira edição do programa como prova de conceito.
Naturalmente, a nossa expectativa é que existam mais edições, envolvendo um maior número de estudantes e, quem sabe, alargando as áreas de conhecimento para outros domínios onde também existam necessidades de recurso qualificados.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico