O TeK falou com o director-geral da Dell para a Emerging Europe sobre a performance do mercado local no contexto europeu, as tendências mais marcantes do mercado de PCs nos últimos tempos e os resultados que a empresa espera da nova estratégia implementada em Portugal.

A entrevista decorreu à margem do evento em que a Dell deu a conhecer estratégia para reforçar a presença em Portugal, que passam pela implementação do programa global de parceiros e uma maior aposta no mercado de consumo. Pode ver aqui o resumo da informação.

TeK: A Dell apresentou recentemente resultados trimestrais que superaram pela positiva as perspectivas dos analistas. Acredita que a recuperação do mercado de PCs está em marcha? Como está a Europa nesse trajecto?

Laurent Binetti:
É verdade os resultados do último trimestre foram encorajadores, sobretudo porque revelam um avanço face ao trimestre anterior, nas unidades vendidas, na margem, etc. Todos os sinais nos mostram que a recuperação está em marcha, de facto, embora tenha que dizer que isso ainda não é visível da mesma forma em todas regiões e em todos os segmentos. Na Europa esses sinais positivos ainda são pouco visíveis, mas com diferentes velocidades entre países. As regiões com indicadores de retoma da procura mais positivos para já são a Ásia e os Estados Unidos.

[caption]Laurent Binetti[/caption]

TeK: E sobre Portugal o que pode dizer-me?
L.B.:
Não fornecemos números por países mas atendendo aos últimos dados da IDC é possível perceber algumas tendências. No mercado empresarial um indicador importante é o da venda de servidores. Continua em queda (24 por cento no segundo trimestre), mas na comparação com outros países europeus percebemos que o valor é quase residual. Há países com quebras nas vendas da ordem dos 70 ou 80 por cento.
No segmento dos portáteis há mesmo a registar um crescimento nas vendas, graças ao impacto dos programas governamentais na área do consumo. Ao nível empresarial a contracção, no entanto, ainda se verifica.
Mesmo assim acreditamos que há sinais para antecipar alguma recuperação, que se verificará de forma mais consistente no próximo ano.

TeK: Algumas tendências, como a dos netbooks têm-se revelado determinantes no curso do mercado de PCs no último ano. Como vêem essa tendência?

L.B.:
É uma tendência muito interessante que toca alguns dos vários lançamentos que temos previstos para os próximos tempos. Sobretudo os equipamentos de ecrã mais pequeno estão a revelar-se um grande sucesso, embora acredite que os consumidores ainda estão a definir preferências nesta área, que continuará certamente a evoluir para equipamentos que tirem partido da convergência entre notebooks e smartphones. Este é sem dúvida um período muito interessante.

TeK: Circula a informação de que a Dell está a preparar uma smartphone que lançará no mercado chinês. Este é um mercado a explorar também na Europa?

L.B.:
É um rumor e por isso não vou comentar. O que posso relembrar é que a Dell sempre tem mostrado interesse em lançar novos dispositivos.

TeK: Daqui a um ano como vê a vossa presença em Portugal, tendo em conta a estratégia que passa a nortear a vossa actividade localmente?
L.B.:
Temos uma clara oportunidade para crescer em Portugal tendo em conta que até aqui não cobríamos adequadamente todos os segmentos. Em países como a Grécia onde já fizemos há algum tempo o que agora estamos a anunciar para Portugal isso verificou-se e acreditamos que aqui também será assim. O nosso objectivo é crescer de forma sustentada. Essa é uma preocupação maior do que simplesmente ganhar quota de mercado. Queremos assegurar altos níveis de serviço e satisfação aos nossos clientes. Diria por isso que qualidade e personalização são prioridades.
Temos também o objectivo de reforçar presença no mercado de pequenas e média empresas através da rede de parceiros. É muito trabalho mas acho que nos permitirá mudar completamente o perfil em Portugal porque passámos a endereçar segmentos que até aqui estavam subaproveitados.



Cristina A. Ferreira