Quando procura um novo portátil profissional, seja para trabalhar ou estudar, tem à disposição os modelos Copilot+. Estes são equipados com inteligência artificial alimentada por processadores criados de raiz com unidades neurais (NPU) que permitem executar rapidamente as tarefas de IA que necessite.

A nova geração de portáteis Copilot tem vindo a apostar nos processadores Snapdragon Elite da Qualcomm, um processador ARM que tem como vantagem uma autonomia impressionante. Mas acabam por pecar pelas limitações de compatibilidade com grande parte das aplicações do Windows que ainda dependem da arquitetura X86, obrigando algumas delas a utilizar a emulação para correrem.

É por isso que as principais marcas estão a oferecer alternativas com os novos processadores Intel Core Ultra 7 Evo Edition, baseados em Lunar Lake. Os chips encurtam a barreira da autonomia, oferecendo uma dezena de horas de trabalho, o que significa praticamente uma carga para o dia todo de trabalho, dependendo da sua utilização. Com isto, abrem-se todas as capacidades de compatibilidade com as aplicações do Windows 11, acesso ao Copilot+ da Microsoft e ainda dar uns (ligeiros) toques no gaming.

Veja na galeria imagens do Lenovo Yoga Slim 15ILL9

No caso da bateria deste Yoga Slim 15ILL9 é sempre difícil de avaliar, por ser um modelo “virgem” sem todas as aplicações e esforço de um cenário real de trabalho, sobretudo para quem utiliza ferramentas pesadas de edição. Mas para um jornalista, cujo principal foco é escrever, aceder à internet e trabalhar com imagens, este modelo tem uma autonomia surpreendentemente longa.

O mostrador da autonomia vale, "o que vale", mas neste caso, numa utilização sobretudo a assistir a vídeos do YouTube, com um estado de bateria de 41% referia que tinha energia para se manter acordado durante mais 9 horas. Muitos portáteis Copilot+ já começam a oferecer autonomias perto das 20 horas, mas mesmo que na realidade consigam pouco mais de metade desse valor já representa um salto impressionante em relação a gerações anteriores, pré-inteligência artificial.

Inteligência artificial fornecida pela Intel

O modelo da Lenovo pertence à gama Aura Edition, o que significa que foi projetado com a colaboração direta da Intel. A proposta procura extrair o máximo de potência de processamento, num desempenho elevado, mas ao mesmo tempo otimizar as funcionalidades avançadas de inteligência artificial, como é o caso de um melhor desempenho no consumo de energia.

E isso nota-se, bastam alguns segundos sem interagir com o portátil para o seu ecrã escurecer, poupando na diminuição do brilho. Mas volta de imediato “à vida” quando se toca nele.

No interior, a acompanhar o processador Core Ultra 7 Evo a 2,20 GHz, o modelo tem 32 GB de RAM e 1 TB de SSD para o armazenamento interno. Não espere uma prestação no gaming de topo, uma vez que o seu GPU é integrado na arquitetura Intel Arc. Mas pode sempre jogar títulos indie menos exigentes ou retro nas horas de lazer.

Veja o vídeo

Olhando para o seu design, pessoalmente gosto do seu minimalismo familiar semelhante a outros modelos da marca. O tom prateado dá-lhe um ar premium, destacando-o como um equipamento para trabalho, onde se salienta o logotipo da Lenovo na tampa. A sua dobradiça permite abri-lo a 180º o que dá jeito para mostrar trabalho a um colega sem ter que virar o equipamento. Mas falha redondamente no teste de abertura com apenas um dedo. O equipamento é pesado, mas a sua tampa levanta a base, fruto de uma dobradiça bastante rígida. Mas ao mesmo tempo garante um posicionamento fixo do ecrã no ângulo que desejarmos, sem que este trema.

O seu ecrã tátil IPS Pure Sight Pro, tem 15,3 polegadas com uma resolução de 2880x1800 (2,8K), beneficiando de uma moldura bastante fina, dando-lhe mais área em relação ao chassis. O ecrã tem uma imagem bastante definida e brilhante (tem 500 nits no pico de brilho), assim como fluída graças à boa taxa de atualização de 120 Hz. Mesmo quando se trabalha perto de uma janela ou no exterior, com reflexos a bater no ecrã, o sistema adapta automaticamente o brilho para compensar e ofusca pouco os conteúdos. De notar que a versão enviada para teste tem ecrã tátil, facilitando a interação com os elementos de trabalho. Além disso, segundo a fabricante, conta com calibração de cores 100% DCI-P3 para profissionais em andamento.

É surpreendente como estes modelos conseguem encaixar num chassis bem mais pequeno um ecrã com estas dimensões, revelando mais área útil de trabalho, sem que o portátil ocupe tanto espaço numa secretária. É sobretudo útil em tarefas de multitasking, onde precisamos, por exemplo, de ter duas janelas abertas em simultâneo.

Veja na galeria imagens oficiais

A “sobrancelha” da parte superior permite-lhe arrumar a webcam. Já agora, há um interruptor lateral que serve para ligar e desligar a câmara. Sempre útil para preservar a privacidade, mas pode passar despercebido pelos menos atentos. A câmara tem uma qualidade de imagem aceitável, com uma resolução de 1080p. Não terá problemas em participar em videoconferências, pois é fluída e o Windows Studio Effects ajuda na otimização da imagem, mas se pensar gravar conteúdo com a mesma, o resultado deixa a desejar, pois tende a escurecer mesmo em locais bem iluminados. Esta pretende ser prática, mas não substitui uma câmara dedicada externa. O sistema tem quatro microfones para ajudar a reduzir o ruído durante as chamadas de vídeo.

Do lado esquerdo do portátil encontra-se uma entrada HDMI, jack 3,5 mm de auscultadores e um USB-C compatível com Thunderbolt 4. Na direita há mais uma entrada USB-C, USB-A e o botão de energia. De notar que este portátil carrega via USB-C, oferecendo mais comodidade para alimentação, inclusive um power bank em situações de emergência. Em termos de conetividade wireless, este já é um modelo que suporta o novo formato Wi-Fi 7 e ainda Bluetooth 5.4.

Teclado ergonómico e excelente qualidade de áudio

O modelo tem um teclado chiclete retroiluminado (um requisito nos modelos que escolho) bastante familiar para quem utilizou outros portáteis da Lenovo, com teclas rasteiras e confortáveis, e sobretudo bem espaçadas. Apenas o cursor aparece “entalado” no canto, juntamente com a tecla universal do Copilot.

O portátil tem duas colunas posicionadas nas laterais, apontadas para cima, oferecendo um som elevado e nítido. O áudio utiliza tecnologia Dolby Atmos, transformando o portátil numa boa opção para assistirmos aos nossos episódios favoritos ou videoclipes de música do YouTube. Na prática, o som pode ser elevado ao máximo mantendo-se bastante nítido e sem destorção, com o sistema espacial a ser distribuído entre as duas colunas laterais colocadas no topo do chassis e uma que ocupa grande parte da base, na parte inferior do portátil.

Lenovo Yoga Slim 15ILL9 - Oficiais
Lenovo Yoga Slim 15ILL9 - Oficiais

Por norma, o som direto das colunas dos portáteis incomoda-me, levando-me a procura auscultadores, mas neste caso, os graves bem definidos ajudam numa experiência mais imersiva do áudio, sobretudo a ouvir música. Ainda assim, nos testes, no som elevado, não se pode deixar de notar as vibrações do chassis que para alguns utilizadores pode incomodar, quando está a trabalhar (no meu caso), mas que para outros até pode ser “terapêutico”.

Já o TouchPad tem um tamanho generoso, permitindo mexer no cursor com facilidade, sendo bastando sensível ao toque e com resposta rápida no deslizar do dedo e boa sensação nos cliques.

As dimensões generosas para a classe de portáteis acima das 15 polegadas não favorecem o seu peso. Se for para decidir por um modelo que seja leve e mais pequeno no transporte na mala, este não é a melhor referência, pelos 1,530 Kg que pesa, mas ainda assim é compacto e resistente, com certificação MIL-STD-810H. Existem modelos bem mais leves, abaixo de 1 quilo para modelos de 14 polegadas, se a prioridade for a mobilidade e seu transporte na mala. Ainda assim, se o compararmos com os habituais modelos de 16 polegadas, a diferença de tamanho do ecrã é mínima e este Yoga é bem mais leve e compacto.

Lenovo Yoga Slim 15ILL9 - Fotos
Lenovo Yoga Slim 15ILL9 - Fotos

Em género de conclusão, o Yoga Slim apresenta uma excelente qualidade de imagem e som, cumpre com as tarefas de um portátil com foco na IA graças à integração do Copilot. Não é dos mais leves da sua gama, mas a configuração da Intel supera as incompatibilidades que ainda existem nos modelos equipados com Snapdragon X. Já na autonomia, a linha fica mais ténue entre as diferentes configurações, muito graças à otimização oferecida pela inteligência artificial.

O preço deste modelo começa nos 1.450 euros, estando relativamente em linha com outros modelos desta categoria. Além de que a Lenovo diz que o modelo foi criado com materiais reciclados, chegando aos 90% do plástico e 50% no alumínio, para quem tem preocupações ambientais em conta na escolha dos equipamentos.