A quarta edição da Global Exploration Summit (GLEX) reúne em Angra do Heroísmo, nos Açores, cerca de quatro dezenas de cientistas e exploradores de 14 nacionalidades, entre 14 e 16 de junho.
“O contributo principal da GLEX é criar uma cimeira única, no sentido de, pela primeira vez, se juntarem todas estas áreas de conhecimento: do espaço, da biologia, da geologia, da engenharia… Juntar a ciência e a tecnologia, para juntar soluções que já existem e juntar estas pessoas todas de forma a acelerarem, no fundo, estas soluções”, afirmou, em declarações à Lusa, Manuel Vaz, fundador da Expanding World, que organiza a cimeira.
No ano em que passam 187 anos da visita de Charles Darwin à Terceira, a ilha acolhe a GLEX Summit, cimeira organizada pela Expanding World, com a curadoria do The Explorers Club, de Nova Iorque, que conta com a participação de exploradores e cientistas, desde biólogos marinhos a conservacionistas da natureza e vida selvagem, líderes de expedições, astronautas, aquanautas, astrofísicos, geólogos e cientistas espaciais.
Entre os nomes que participam na edição deste ano estão a astrobióloga e diretora do Instituto SETI (dedicado à busca de inteligência extraterrestre) Nathalie Cabrol, a diretora adjunta de investimentos em tecnologia e investigação do NASA Goddard Space Flight Center Christyl Johnson, a cientista planetária Nina Lanza, o explorador e fotógrafo documental da National Geographic Chris Rainer, a arqueóloga e antropóloga ambiental Anna Curtenius Roosevelt e o biólogo marinho Nathan J. Robinson.
Manuel Vaz destacou a presença de cientistas do Telescópio Espacial James Webb, “a grande revolução do conhecimento”, que está a permitir “descobrir com uma rapidez nunca vista nova informação”, e um painel sobre a conservação da natureza e a Amazónia, “pulmão do planeta”.
O desenvolvimento sustentável é um dos principais focos da GLEX, por isso, os Açores são, pelo segundo ano consecutivo, escolhidos para acolher a cimeira.
“Olhamos para os Açores como um sítio de esperança no planeta, esperança ainda na preservação e esperança na forma de se poder ter um modelo de sustentabilidade e de conservação do planeta”, sublinhou o organizador.
Serão ainda abordados temas como a descoberta do túmulo de Cleópatra, no Egipto, a descoberta da paisagem sonora do planeta Marte, a exibição das primeiras filmagens do maior invertebrado do mundo ou os mistérios relacionados com o futuro da investigação espacial e oceânica.
Estão inscritas no evento, que decorre no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, cerca de 300 pessoas e há até quem aproveite a oportunidade para organizar reuniões paralelas, como “uma missão de uma equipa francesa que vai desviar a sua rota para vir à Terceira ter uma reunião específica sobre robótica de oceanos profundos”.
“A GLEX é neste momento um motor desta área. É um evento pioneiro no mundo, que está a começar a incentivar também outros eventos, nesta lógica de fundir conhecimento”, salientou Manuel Vaz.
Segundo o fundador da Expanding World, a partilha de conhecimentos de áreas diferentes potencia a criação de parcerias entre projetos, que se desenvolvem ao longo do ano.
“Se eu estou a gerir uma missão espacial, vou precisar de outras áreas de conhecimento, da biologia, dos oceanos, da geologia… Eu passo a conhecer as maiores referências de outros projetos, já com um grau de conhecimento muito grande”, explicou.
Este ano, há uma sessão especial focada na investigação e parcerias com a Universidade dos Açores e com a Direção Regional da Educação, para permitir o acesso de professores do ensino secundário à cimeira.
“É uma oportunidade fantástica para a comunidade científica da região poder ter este acesso direto a tudo isto”, vincou Manuel Vaz.
A Global Exploration Summit foi criada no âmbito da celebração do quinto centenário da primeira circum-navegação do mundo, comandada por Fernão de Magalhães, e desde 2019 trouxe a Portugal nomes como James Garvin, Brian Cox, Beverly e Dereck Joubert, Fabien Cousteau, Sian Proctor ou Sylvia Earle.
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